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“O silêncio não é de ouro” e todos são chamados a combater a violência contra as mulheres

“O silêncio não é de ouro”. É desta forma que as Mulheres Socialistas da Madeira apelam a que todos cumpram o seu papel de denunciar, combater e prevenir a violência contra as mulheres.

Hoje, data em que se assinala o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres e Meninas, Mafalda Gonçalves alerta que a violência baseada no género “não é um problema das mulheres”, mas sim “um problema da sociedade, de mulheres e homens”, pelo que “todas e todos devemos estar envolvidos no seu combate”.

A presidente das Mulheres Socialistas da Madeira não esconde a sua preocupação em relação aos números que mostram que, só este ano, já morreram 23 mulheres em contexto de violência nas relações de intimidade, duas delas na Madeira. “Esta é uma realidade que a todos nos deve inquietar e envergonhar como sociedade”, refere Mafalda Gonçalves, justificando a pertinência de assinalar esta data, até porque “todo e qualquer tipo de violência não pode ser silenciado”. “No que diz respeito à violência contra as mulheres e meninas, o silêncio não é de ouro”, reforça.

Refira-se que, tal como foi hoje anunciado, o número de queixas por violência doméstica tem vindo a aumentar com a pandemia, sendo que o ano passado se registaram 177 pedidos de ajuda e, só no primeiro semestre deste ano, já foram apresentadas mais de 100 queixas. Um dado relevante e preocupante é que, em cerca de 60% dos casos, os agressores são os maridos ou companheiros das vítimas.

Mafalda Gonçalves aproveita também para lamentar o facto de este ano não se realizar a Marcha contra a Violência contra as Mulheres – que nos últimos anos era promovida pela Câmara Municipal do Funchal –, uma manifestação cívica pacífica que era já um marco importante no assinalar desta data. “É de lamentar que o atual executivo da Câmara Municipal do Funchal, PSD-CDS, tenha desistido de realizar esta marcha e tenha anulado as atividades que se estendiam durante toda uma semana, nomeadamente na Semana da Igualdade”, aponta a dirigente socialista.

De referir ainda que, desde que a violência doméstica passou a ser crime público, há vinte anos, a PSP já reportou mais de 215 mil casos em Portugal, sendo que, nos primeiros 10 meses deste ano, já se registaram mais de 11.400 denúncias.