As discrepâncias nos números relativos à Covid-19 são reveladoras de uma enorme irresponsabilidade do Governo Regional na gestão da situação pandémica na Região.
Desde novembro de 2020, o reporte dos dados por parte do SESARAM têm tido falhas graves já comprovadas pela DGS, e corroboradas pelo responsável pela Unidade de Emergência em Saúde Pública.
Nas últimas semanas, os ajustes dos dados no relatório epidemiológico da Região têm levado a um disparo que coloca a Madeira no topo das regiões europeias quanto a novas infeções.
Durante todo este tempo o Governo Regional tem insistido em passar a ideia de que a pandemia estaria controlada na Região, e o Secretário Regional da Saúde justificava as diferenças existentes com o desfasamento temporal no envio dos dados, no entanto, tal estratégia revela apenas que o executivo foi incapaz de resolver a situação, preocupando-se apenas em manipular a opinião pública e apontar responsabilidades.
Recentemente, a DGS alegou que 81% dos novos casos na Madeira tiveram um período entre o diagnóstico e a notificação superior a 48 horas, “decorrente de intercorrências informáticas de um laboratório na região e que se encontram em processo de regularização”, lembra o líder parlamentar socialista, Miguel Iglésias.
“Ou seja, a disparidade do número de casos covid entre as duas entidades tem origem num atraso do envio dos dados a nível regional”, completa classificando como “surreal” a reação de Miguel Albuquerque ao defender que DGS deveria deixar de divulgar os dados referentes à Região pois a discrepância colocaria em causa “a credibilidade da instituição e dos organismos de saúde”.
Para o PS-Madeira, as autoridades regionais de saúde devem focar-se em demonstrar a fiabilidade dos dados e não em ” encetar numa guerra de números contra a entidade nacional cujos dados são periodicamente escrutinados por várias instituições independentes”.
Os socialistas acreditam que “o que realmente contribui de forma negativa para a imagem pública da Madeira é o facto de ser a região do país com maior índice de transmissibilidade” e a culpa é do Governo Regional ao “mentir e omitir à população as causas deste problema”.
Os efeitos para o turismo serão catastróficos. “Os operadores turísticos olham para as estatísticas disponíveis e veem que a Madeira é uma das piores regiões da Europa, num problema sério para a nossa imagem e reputação”, avisa o líder parlamentar.