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Mobilizados para o Futuro

Como Região, temos de ser um projeto em constante transformação, mantendo a nossa identidade, a nossa consistência e a nossa fibra, mas sem nunca nos esquecermos de continuar a fazer a nossa História, e de olhar para onde precisamos de avançar. Como Região, precisamos de estar juntos, não só em momentos de solidariedade coletiva em situações de tragédia, mas igualmente quando está em causa o nosso futuro ou questões estruturantes para o nosso desenvolvimento. Não temos de pensar todos da mesma maneira, até porque não acredito em unanimismos, não temos de ter sempre consenso, mas temos de convergir naquilo que é verdadeiramente importante, e evoluirmos enquanto comunidade, uns com os outros, não isolados ou desamparados, mas juntos.

Perdemo-nos, tantas vezes, na pequenez, na maledicência e na satisfação pelo que corre mal aos outros, mas temos de ser melhores do que isso. Há que dar o devido valor às coisas, mas ter também a inteligência de reduzir algumas delas à sua banalidade. Temos de ser maiores do que as nossas ilhas. Temos de olhar para além de nós mesmos, buscando a nossa utilidade e sendo úteis para os outros. E nós, políticos, temos de dar o exemplo e liderar.

Estamos num ponto de viragem para a Madeira. De mudança de cultura política, de afirmação de uma cidadania ativa, participada e participativa. De construção de um projeto político de governação da Região, feito pela sociedade madeirense, porque o poder está nas pessoas e têm de ser elas protagonistas ativas no futuro da Madeira e do Porto Santo. Este é um momento único para a alternância democrática na Região, liderado pelo PS-M, que com uma iniciativa com o alcance dos Estados Gerais tem vindo a realizar a maior abertura de sempre de um partido político regional à sociedade civil.

Neste momento único da nossa História, junto-me aos madeirenses que não se resignam, aos madeirenses que exigem uma mudança na forma de estar, na forma de abordar os problemas e no caminho a seguir rumo ao desenvolvimento, aos madeirenses que querem como desígnio coletivo uma Autonomia de resultados, assente numa estratégia de desenvolvimento para dez anos, que aposta na melhoria das condições de saúde; no investimento na educação, no conhecimento e qualificação dos nossos jovens; na garantia de um governo inclusivo que promove a igualdade, que não ostraciza, não chantageia e que conta com todos, independentemente de onde venham, desde que queiram o desenvolvimento desta Região; na diversificação da economia, com uma visão estratégica, que crie emprego e fixe os nossos jovens, e que tenha a capacidade de transformar a grande riqueza da Região, as pessoas, como fator de desenvolvimento ímpar, rompendo com vícios de 43 anos de regime e acabando com uma cultura de endividamento, de monopólio e de favorecimento. Acredito que todas as empresas e todos os empresários são importantes e não tenho dúvidas de que abrindo a economia, fomentam-se mais oportunidades, gera-se mais riqueza e cria-se mais emprego.

O papel de um governo é o de ser um forte impulsionador da iniciativa privada, do investimento e da criação de emprego, proporcionando condições para que tenhamos um tecido económico pujante. E temos tanta capacidade, tantas empresas com capacidade empreendedora, tantos bons exemplos. O que precisamos é de um governo que tenha o papel crucial na defesa dos madeirenses e porto-santenses, promovendo a concorrência empresarial, sem beneficiar este ou aquele.

Chega de um modelo de governo único e esgotado, sem ideias, assente unicamente na dívida e no betão, em vícios, em dinastias, em compadrios, em erros, em renovações que se transformaram em continuações. É tempo de mudar.

O desígnio que deve mobilizar madeirenses e porto-santenses para a próxima década resume-se em três aspirações:

1) Fomento da coesão territorial, invertendo um processo de desertificação e desvitalização dos concelhos rurais, criando incentivos para a atratividade de investimentos, criação de emprego, fixação de empresas e pessoas, valorizando os recursos naturais e a paisagem, potenciando a competitividade económica, e apostando na diversificação da economia, em setores como a economia do mar;

2) Qualificação da população com uma aposta na educação, humanista e progressista, combatendo o abandono e insucesso escolar, com mais autonomia para as escolas e maior confiança no trabalho dos professores, bem como através de uma educação universalmente gratuita, num princípio generalizado de combate à pobreza que promova a igualdade e a inclusão;

3) Reconfiguração do sistema regional de saúde para um modelo de excelência, com uma estratégia a médio prazo, que não seja unicamente dependente do novo hospital, que não pode resolver todos os problemas por si só, e que dê respostas imediatas às listas de espera de consultas, cirurgias e exames, atraindo e fixando profissionais de saúde, que sejam valorizados e trabalhem com motivação.

Esta é a Madeira que queremos. Quem acha que não é possível, não conhece os madeirenses e os porto-santenses, não conhece a nossa História, não sabe do que somos feitos, não sabe do que somos capazes. Eu acredito na Madeira.

Artigo de opinião de Paulo Cafôfo, Candidato do PS-M à Presidência do Governo Regional publicado no Diário de Notícias da Madeira no dia 4 de abril.