Carlos Pereira, deputado do Partido Socialista-Madeira à Assembleia da República, entende que o PSD e o Governo Regional devem explicações aos madeirenses em relação à questão do subsídio de mobilidade, ao invés de prosseguirem a política de protesto que têm vindo a adotar.
O socialista lembra que foi o PSD o responsável pelo modelo vigente e acusa o Executivo madeirense de não ter coragem de enfrentar os desafios.
Carlos Pereira lança um conjunto de questões aos sociais-democratas, começando por indagar o porquê de terem decidido assinar em 2015 um modelo pior para a Madeira do que para os Açores, lembrando que na altura não havia tetos de tarifa de 400 euros, nem prazos para reembolsos e havia bilhete corrido em todas as ilhas, tendo o Porto Santo passado a ficar de fora. Além disso, aponta do facto de, então, ter sido estabelecido um plafond de pagamentos do Estado no valor de 11 milhões de euros, o qual já foi revisto pelo Governo do PS, passando para 50 milhões de euros.
Por outro lado, Carlos Pereira acusa o PSD de insistir em regulamentar a “mata cavalos” o diploma da mobilidade, quando sabe que tal pode levar à saída das companhias Ryanair e easyJet da Região. “Se consideram que não se importam com a saída destas companhias da rota madeirense, então que digam sem enganar os cidadãos”, desafia o parlamentar, considerando que “a regulamentação deve ser feita assegurando a manutenção das companhias aéreas, para não ficarmos dependentes da TAP em regime de monopólio”.
O deputado socialista aponta também que, sem o empenho do Turismo de Portugal e financiamento nacional, a Ryanair não estaria a operar na Madeira. Lança ainda um repto ao PSD: “O que fariam com a TAP com a crise brutal na aviação? Por que não reagiram à audição pública de Bruxelas sobre a companhia?”.
Carlos Pereira pergunta igualmente por que razão o Governo Regional recusou, sem debate público, a possibilidade de regionalizar o subsídio de mobilidade. “Num clima exacerbado de apelos à Autonomia, é surpreendente que seja recusada a regionalização deste importante tema sem qualquer possibilidade de discussão com a sociedade”, dá conta. Embora reafirme que a matéria da mobilidade constitui uma obrigação do Estado, o socialista confia que os madeirenses tratam melhor os seus assuntos. No entanto, dá conta que o Governo Regional “fala de Autonomia, mas não tem coragem de enfrentar os desafios”.