O candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal do Porto Santo evidenciou, hoje, a atenção que o ex-Presidente da República Jorge Sampaio deu à ‘ilha dourada’ e a importância que atribuiu às autonomias regionais no contexto nacional.
Miguel Brito tinha agendado para esta noite um comício no Largo do Pelourinho, mas, por respeito pelo falecimento do antigo Chefe de Estado, cancelou a iniciativa. Nesse sentido, em conferência de imprensa, expressou o pesar da sua candidatura pela morte de Jorge Sampaio, que classificou como “uma figura marcante e decisiva da democracia do nosso País e um exemplo de dedicação às causas públicas, à liberdade e à igualdade”. “Ficará para sempre como um exemplo na capacidade de encontrar entendimentos e consensos, colocando sempre em primeiro lugar o bem comum de todos”, afirmou, acrescentando que “será eternamente recordada a sua coragem política e pessoal e a sua determinação inabalável, mesmo perante os desafios mais exigentes, que continuarão a ser exemplo para quem está na vida pública”.
O candidato do PS à autarquia porto-santense expressou a sua satisfação pela passagem de Jorge Sampaio pela ilha, em novembro de 2005, no âmbito das Jornadas sobre Turismo, promovidas na sua presidência, e evocou a forma atenta como acompanhou o Porto Santo e o seu compromisso, quer como deputado na Assembleia da República, quer enquanto Presidente da República, para contribuir para a consolidação das autonomias regionais como um projeto nacional prioritário.
“Jorge Sampaio sempre procurou que a autonomia da Madeira se consolidasse e fosse geradora de um maior desenvolvimento económico social da Madeira e do Porto Santo, visando uma maior coesão nacional em todo o País. Esta sua postura será sempre recordada por todos os porto-santenses e estou certo que continuará a ser um exemplo de que é possível promover uma relação construtiva e de diálogo com a República para o aprofundamento da nossa Autonomia, como preconiza o PS”, vincou Miguel Brito.
Ação de Sampaio deve ser exemplo para o Porto Santo
Por seu turno, o presidente do PS-Madeira lamentou a perda de “um homem bom e generoso, um dos políticos que verdadeiramente se interessava pelas pessoas e que foi muito mais do que um líder”.
Paulo Cafôfo salientou que Jorge Sampaio foi um grande estadista e sempre coerente com os princípios e valores democráticos, evidenciando a sua luta contra a ditadura e o seu percurso ímpar enquanto secretário-geral do PS, presidente da Câmara de Lisboa e Presidente da República. Tal como referiu, em todas as áreas onde atuou, “ficou sempre vincada a sua cultura humanista e a sua ética”.
O líder dos socialistas madeirenses disse rever-se em Jorge Sampaio, atendendo a que formou uma candidatura multipartidária à Câmara de Lisboa, com a participação da sociedade civil e uma visão de futuro, que teve como resultado uma cidade moderna. “A sua vida continua a servir de inspiração para o que fazemos”, adiantou, preconizando um resultado semelhante para o Porto Santo sob a liderança de Miguel Brito.
A aposta na requalificação urbana, no turismo, no cuidado com as pessoas, na sua capacitação e dignidade, foi uma marca de Jorge Sampaio na Câmara de Lisboa que os socialistas também querem ver posta em prática no Porto Santo. “O Miguel Brito quer fazer do Porto Santo a melhor ilha para viver, pelo que, se seguirmos estes princípios, estaremos a servir as pessoas e a criar melhores condições de vida para quem cá vive e para quem visita a ilha”, disse Paulo Cafôfo, rematando que esta é também uma forma de honrar a memória de Sampaio.