O presidente do Partido Socialista-Madeira criticou, esta manhã, a postura do presidente do Governo Regional, que ontem afirmou que os jovens qualificados da Madeira não trabalham por opção. Em conferência de imprensa realizada junto à Universidade da Madeira, Sérgio Gonçalves deu conta que, em resultado da governação de Miguel Albuquerque, existem cerca de 9 mil jovens entre os 16 e os 34 anos que não trabalham nem estudam e que, nos últimos 10 anos, cerca de 17 mil pessoas – muitas delas jovens qualificados – tiveram de abandonar a Região por falta de oportunidades.
“Em que mundo é que vive Miguel Albuquerque?”, questionou o líder dos socialistas, lamentando que o chefe do Executivo tenha “chegado ao ponto de culpar os jovens pelo falhanço da sua governação”. “Será que é culpa dos jovens o facto de não conseguirem comprar ou arrendar uma habitação, de terem os rendimentos mais baixos do País ou de terem de emigrar?”, pergunta Sérgio Gonçalves.
O presidente do PS-M disse acreditar nas qualificações como uma forma de capacitar as novas gerações para construírem uma Madeira e um futuro melhores, mas considerou que “não é seguramente com acusações destas do presidente do Governo aos jovens madeirenses que se irão resolver os problemas e se irão esconder os falhanços da governação de Miguel Albuquerque”.
Na ótica de Sérgio Gonçalves, são necessárias políticas que promovam mais rendimento, sendo que isso passa muito pela diversificação da nossa base económica. “Ouvimos falar muito do mar e da tecnologia, mas, verdadeiramente, pouco existe além de conferências e de palestras relativamente a esse tema”, disse, acrescentando que Miguel Albuquerque governa a Região desde 2015 e não alterou o modelo de desenvolvimento. O líder socialista defendeu igualmente a redução do IRS e do IVA, sublinhando que a devolução de rendimentos às famílias impacta também os jovens no seu primeiro emprego e aqueles que querem constituir família e comprar casa. Trata-se de uma medida fundamental que o PS tem vindo a defender, mas que o Governo Regional, por opção, continua a não implementar, referiu.