Numa audição com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, onde as questões relacionadas com as alterações climáticas e com a transição ecológica estiveram no centro da discussão, a deputada Marta Freitas questionou o governante acerca dos apoios previstos para que as regiões possam progredir neste sentido.
A parlamentar madeirense deu conta dos dados do inventário de emissão de gases com efeitos de estufa e sumidouro de carbono que mostram que, ao contrário do que seria de esperar, as florestas na Madeira emitem mais carbono do que sequestram e o sistema alimentar é muito dependente de energia fóssil e aquisições externas.
De acordo com estes indicadores a socialista a considera que ainda existe “um longo caminho a percorrer” e, por isso, questionou se estão definidas metas concretas nas várias áreas com impacto ambiental nas Regiões Autónomas, com vista à neutralidade carbónica, de modo a não comprometer as metas nacionais.
Marta Freitas procurou também saber se estão previstos incentivos para que as Regiões Autónomas progridam na transição ecológica, por considerar que os apoios no âmbito do fundo ambiental têm sido essenciais para incentivar este progresso, nomeadamente o estímulo à compra de veículos de baixas emissões de CO2, o programa de edifícios mais sustentáveis e os incentivos à economia circular.
A deputada socialista na Assembleia da República manifestou também aquela que diz ser uma preocupação de muitos madeirenses e de várias organizações não governamentais ligadas ao ambiente, que se prende com a intenção do Governo Regional de asfaltar o Caminho das Ginjas, que atravessa a área de Património Mundial Natural da Laurissilva da Madeira.
“Esta intervenção é considerada, pelas várias ONGs, um atentado ambiental contra o que é Património da Humanidade pela Unesco e da Reserva Biogenética do Conselho da Europa”, afirmou Marta Freitas alertando para esta questão, a qual, ainda que esteja sob a alçada da Região Autónoma, “deverá ser uma preocupação de todos, a partir do momento em que contraria os objetivos e compromissos nacionais e se trata de uma área protegida nacional”.