A criação de um “Port Tech Cluster” no Caniçal é uma das propostas do projeto liderado por Paulo Cafôfo. A ideia é criar uma plataforma de aceleração de inovação empresarial e tecnológica, que combine as tecnologias portuárias com outras, como as áreas da indústria da transformação do pescado, a robótica, a construção naval, a aquacultura submersível, a automação logístico-portuária ou as tecnologias digitais que são aplicadas aos diversos setores marítimos.
De acordo com Ruben Eiras, coordenador da área do Mar do programa do PS-M, o que se verifica atualmente neste domínio é que as empresas, as universidades e os centros de investigação que estão a desenvolver este tipo de tecnologias têm um acesso difícil ao mar para testar as tecnologias, ao mesmo tempo que estão desconectadas entre si. Para além de ser vantajoso que as empresas ou centros de investigação estejam no mesmo espaço físico na área portuária, o Caniçal tem uma série de valências muito atrativas, nomeadamente «tem a vantagem de haver aqui uma integração de articulação com a Zona Franca Industrial e o Centro Internacional de Negócios». Para Ruben Eiras, esta plataforma ofereceria condições únicas, quer para atrair “startups”, como para empresas maduras poderem aperfeiçoar os seus produtos.
A pesca é uma das áreas com maior potencial de inovação no “Port Tech cluster” do Caniçal, para testes de novas tecnologias e embarcações de pesca, contribuindo para que a profissão de pescador seja muito mais atrativa e tecnologicamente avançada.
Ruben Eiras lembra ainda que o próximo quadro de fundos comunitários tem o mar como uma das prioridades, frisando que «a Madeira tem condições excelentes e únicas para se posicionar como um dos sítios de excelência da União Europeia para desenvolver este tipo de tecnologias na área do mar».