Esta situação «acaba por ser uma machadada muito grande no setor do turismo, que, como sabemos, representa mais de um quarto de toda a atividade económica aqui na Região Autónoma da Madeira», afirmou o deputado Sérgio Gonçalves, dando conta das dificuldades por que estão a passar as unidades hoteleiras e muitas empresas que dependem do setor (tais como as empresas marítimo-turísticas, a agências de viagens, entre outras), as quais afirmam que, sem clientes, não poderão continuar de portas abertas.
O parlamentar lembrou que, desde o início da pandemia, o PS tem vindo a defender medidas de apoio às empresas – algumas específicas para o setor do turismo – que, de alguma forma, majorassem os apoios para quem depende desta atividade. «Entendemos que, neste momento, mais do que nunca, é necessário de facto atribuir esses apoios às empresas, à manutenção de postos de trabalho, de forma a evitar uma escalada quer de falências, quer de desemprego», frisou.
De acordo com Sérgio Gonçalves, o Governo Regional tem todos os meios para dar este apoio. Tal como referiu, o Executivo recorreu ao endividamento que pretendia, até em valor superior ao que inicialmente tinha sido reivindicado, teve as moratórias relativamente ao Plano de Ajustamento Económico e Financeiro e tem o maior orçamento de sempre aprovado (ao qual o PS não se opôs, precisamente por ter noção do momento complicado em que vivemos e por ser necessário dar todas as condições a quem governa para poder implementar as medidas mais corretas). Como tal, sublinhou que, «neste momento, é efetivamente necessário injetar dinheiro na economia, para que as empresas possam sobreviver perante mais este fator adverso, que só vem demonstrar que a pandemia está ainda muito longe de acabar».
O deputado socialista lembrou que os apoios que existem traduzem-se essencialmente em recurso a crédito. Dando os exemplos das linhas de 100 milhões e de 20 milhões de euros, Sérgio Gonçalves explicou que, em muitos casos, as mesmas obrigam a avales pessoais dos próprios empresários, os quais, numa situação já muito complicada e sem receitas, «optam até por não recorrer a essas linhas, porque, efetivamente, a materialização a fundo perdido só se dá passado um ano e meio», sendo que, até lá, «não sabemos se os negócios poderão sobreviver».