A candidata do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Santa Cruz pretende pôr em prática um plano de combate à desertificação e reequilíbrio territorial no concelho que contemple medidas de incentivo ao repovoamento sustentável, diversificação económica e criação de emprego nas zonas mais afetadas pelo êxodo rural.
Ainda que Santa Cruz seja um dos concelhos da Madeira que, em média, perdeu menos população nos últimos 10 anos (de acordo com os resultados dos Censos 2021), Mafalda Gonçalves alerta para o facto de haver freguesias, como a Camacha e o Santo da Serra, onde a saída de pessoas continua a verificar-se, o que conduz a um agravamento dos problemas associados ao despovoamento, como o abandono dos terrenos agrícolas, a degradação da paisagem, a proliferação de pragas e o aumento do risco de incêndio. Daí que a criação de medidas que promovam a fixação das pessoas seja uma das suas preocupações.
“O Governo Regional nada tem feito contra o grave problema que é o despovoamento dos espaços rurais”, lamenta a candidata do PS, considerando, por isso, que as autarquias devem “implementar medidas municipais que contrariem a deslocação das pessoas para os maiores centros urbanos, minimizando os problemas que acabam por acontecer, quer no campo, quer nas cidades, devido ao desequilíbrio que se cria”.
Mafalda Gonçalves crê que é fundamental adotar uma estratégia para o desafio demográfico centrada nas pessoas, até porque, como afirma, não é possível pensar o território sem pensar nestas, nas suas necessidades, na sua mobilidade, na comodidade e qualidade que precisam para permanecerem e nas razões que precisam para regressarem e se fixarem nos locais.
“É fundamental criar condições para a fixação de pessoas e empresas, assentes na dignidade, funcionalidade e atratividade do território, condições essas que passam por manter infraestruturas e serviços públicos, nomeadamente um gabinete local de apoio aos munícipes e aos empreendedores”, adianta. A candidata entende também que é necessário criar uma certa “autonomia funcional nas localidades”, assente no património e nas tradições locais, aliando-os a novos instrumentos de comunicação, de socialização e de ligação ao mundo. “Localidades como o Santo da Serra ou a Camacha, que são locais pitorescos, com identidade e história, não podem viver apenas aos fins de semana, se o tempo estiver de feição e mediante a disponibilidade de quem nos visita. A vida e a dinâmica dos lugares devem ser marcadas por quem lá vive e, para isso, é fundamental que existam razões para ficar”, conclui Mafalda Gonçalves.