As ideias foram hoje indicadas pelo presidente dos socialistas madeirenses, aquando de uma visita efetuada ao hotel ‘Socalco’, na Calheta, inserida no âmbito do roteiro ‘Fazer diferente – Responsáveis, Próximos, Preparados’, esta semana dedicado à temática do Turismo.
Paulo Cafôfo referiu que o nosso produto é o fator que nos diferencia de outros destinos turísticos, mas constatou que o mesmo “tem sido descurado por parte do Governo Regional”. “Nós não podemos ser competitivos pelo número de turistas ou pelos preços. Aquilo que distingue este destino e que nos torna competitivos é a qualidade do produto, a autenticidade e as experiências que podemos proporcionar aqui na Região”, declarou.
O dirigente deu conta que, “infelizmente, não houve a visão de, durante este período em que o turismo praticamente parou, podermos requalificar o produto”. Na sua ótica, deve haver uma aposta em investimentos no espaço público (nomeadamente nos miradouros e veredas) e devem ser criados novos centros de interesse, bem como infraestruturas de apoio, que praticamente não existem na Região. “Isso faz toda a diferença no conforto, mas também na segurança de quem nos visita”, sustentou.
Por outro lado, Paulo Cafôfo criticou a insuficiência dos apoios ao tecido empresarial. Tal como afirmou, não houve um programa, como deveria ter existido, de apoio aos empresários do setor turístico, de modo a modernizarem e requalificarem as suas empresas. A par disso, deveria ter existido uma aposta na formação, uma vez que, num turismo pautado pela excelência do serviço, “temos de ter profissionais qualificados e bem formados”.
O responsável entende que a Escola de Hotelaria não tem dado a resposta que deveria dar e lembra que o PS-M apresentou recentemente no Parlamento um projeto voltado para formação profissional, com incidência no turismo, o qual foi chumbado.
Aproveitou ainda para elogiar a visão dos empresários responsáveis pelos empreendimentos hoje visitados, os quais “têm uma visão correta daquilo que é o nosso destino, ou seja, olham para a nossa identidade e autenticidade e diferenciam naquilo que oferecem”.
Por seu turno, a deputada Sofia Canha, também candidata à presidência da Câmara Municipal da Calheta, salientou a importância deste tipo de empreendimentos diferenciadores, que conferem qualidade à oferta hoteleira, ao mesmo tempo que têm uma integração na paisagem circundante, respeitando a orografia e as caraterísticas autênticas do local e apostando na sustentabilidade.
“A Calheta só poderia aplaudir este tipo de iniciativas que marcam pela diferença, pela autenticidade. Um concelho como o nosso não pode apostar na massificação turística. Deve, de facto, apostar nesta diferenciação, na integração das pessoas, das paisagens e da cultura”, sustentou Sofia Canha. A candidata frisou ainda a importância deste tipo de projetos para a criação de emprego e para fixar pessoas no concelho.