Lembrando que, em dez anos, entre 2000 e 2010/2011, o Governo Regional de Alberto João Jardim criou, por ano, a mesma dívida que havia levado duas décadas a fazer e que havia sido paga pelo governo socialista de António Guterres, Victor Freitas adiantou que esta situação reflecte «loucura» e «desvario», que acabou, no PAEF, «de extrema gravidade» para a Madeira e Porto Santo, até porque, explicou, em termos de «finanças públicas, a situação é insustentável», já que «o serviço da dívida, para 2013, é 350 ME», sendo as receitas próprias da Região 650 ME, o que significa que sem ajuda de Lisboa e da UE, o Governo Regional do PSD nem sequer poderia «pagar os funcionários públicos».
Sobre a dívida oculta, Victor Freitas abordou ainda a questão do processo “Cuba Libre” (os 1.100 ME em facturas escondidas pelo Governo Regional), salientando que os resultados desta iniciativa judicial tardam em chegar, o que faz com que ainda não se saiba quem são os responsáveis, perante a lei, pela ocultação da dívida.
A finalizar a sua intervenção, o Presidente do PS-Madeira abordou a problemática do desemprego (mais de 20%) e crescente emigração dos madeirenses e porto-santenses. O que está acontecer, criticou Victor Freitas, é que a Região está a expulsar inteligência, já que se vão embora da Madeira e do Porto Santo os melhores quadros, o que é mau para o nosso futuro, sendo ainda exatamente o contrário do que o Governo Regional dizia há uns anos que a Região iria exportar inteligência.
Já em declarações à comunicação social, a presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS), Isabel Coutinho defendeu, no «actual contexto particularmente difícil» que o PS deve «credibilizar a política sem fazer grandes promessas, sejam de grandes obras ou de grandes eventos», procurando sim mais tempo para estar com as pessoas «no porta-a-porta, no cara a cara e sendo uma voz amiga».
Apontando que acha que esta «mensagem tem efectivamente entrado na população da Madeira e pode fazer muita diferença nas eleições autárquicas», Isabel Coutinho mostrou-se impressionada com o que tem visto neste fim-de-semana de trabalho em que acompanhou, no terreno e em vários concelhos, os candidatos do PS-M, adiantando que se sente «uma grande mobilização dos nossos candidatos e das nossas equipas e sente-se também uma tendência para uma mudança», razão pela qual acredita em resultados muito positivos, na Madeira e Porto Santo, para o PS na eleições autárquicas de final de Setembro.
«As pessoas, na rua, vêm ter com os candidatos e com as equipas de uma forma aberta, dando apoio, dando a cara e portanto, acho que isso pode fazer toda a diferença num contexto difícil para o PS, como é conhecido desde há muito tempo em termos de autárquicas e não só, mas eu acho que as coisas paulatinamente têm entrado nas pessoas e elas têm aderido mais», concluiu.