Contudo, a construção de um novo hospital tem sido, ao longo dos anos, “secundarizada em benefício de obras de utilidade duvidosa” para favorecer “o salivante lóbi do betão”. Jaime Leandro não compreende que na proposta de Orçamento para 2016 não se encontre qualquer verba para o novo hospital.
Incumbe ao Governo Regional a definição de um plano estratégico, encontrar as respetivas fontes de financiamento e candidatar o novo hospital a Projeto de Interesse Comum.
Só depois as diferentes forças políticas poderão desenvolver na Assembleia da República, mas sobretudo, junto do Governo do nosso país as démarches necessárias para que isso seja agilizado e esse é também o compromisso do Partido Socialista.
No debate potestativo, o líder parlamentar socialista recordou, ainda, a lista de espera para cirurgias com mais de 17 mil pessoas, as infecções hospitalares que estão muito acima da média ou a falta de materiais e medicamentos como exemplos do estado caótico do actual hospital.
O novo hospital é um equipamento que pode vir a custar entre 230 a 250 milhões de euros, o equivalente a algo mais do que duas marinas do Lugar de Baixo, que para além da componente regional poderá beneficiar de apoios nacionais e europeus e que também por isso tem de ser bem programado, não sendo admissíveis expropriações de terrenos desajustadas de terrenos que vão para além das reais necessidades e da evidente margem de expansão. Tudo aponta para que a construção do novo hospital ocorra na zona de Santa Rita onde, de resto, já houve muito dinheiro gasto em expropriações.
Neste âmbito, o líder parlamentar pediu o seguinte esclarecimento do Secretário Regional:
- Quanto é que já foi gasto em expropriações?
- Quanto é que já foi gasto em estudos?
- Que serviços e valências terá o novo hospital?
- Que valências terá o novo hospital?
- Nessas valências será novamente autonomizada a ortopedia pediátrica que foi integrada na ortopedia geral?
- Nessas valências passarão a haver serviços de internamento para as doenças mentais ao invés do quase exclusivo protocolamento desses cuidados com as casas de Saúde São João de Deus e Câmara Pestana?
- O que é que está a ser pensado relativamente aos serviços de radioterapia, manter a parceria existente ou passarem a existir no novo hospital?
- Que ideia tem o Governo quanto à correlação que deverá existir entre os centros de saúde, em nítido subaproveitamento, os cuidados continuados – institucionalizados ou não – e o novo hospital?
- Quando é que o Governo Regional vai candidatar o novo equipamento a PIC?
- Finalmente, para quando, de facto o novo hospital?
Por fim, Jaime Leandro vincou: “não deixa de ser caricato que o PSD tenha já dado entrada de um projeto de resolução sobre esta matéria na Assembleia da República e não tenha dado expressão orçamental a esse objetivo”. O Governo Regional não inscreveu um único euro para o novo hospital no orçamento do próximo ano.
Assim, sendo parece ficar claro o ritmo a que o Governo quer investir no novo hospital. O Secretário referiu alguns dias, na ALRAM, que queria lançar a primeira pedra pelo menos até ao final da presente legislatura, o PS entende que esse é um objetivo pouco ambicioso e desconforme com o interesse regional, pois se assim for não haverá hospital, nos próximos 10 anos, e isso além de dececionante revela apenas e só mais do mesmo.