O candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Câmara de Lobos defende a urgência na adoção de políticas que apoiem os viticultores, de modo a garantir o escoamento das uvas e o pagamento justo pelo produto.
Em conferência de imprensa realizada hoje na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, Jacinto Serrão constatou que os problemas do escoamento das uvas e dos baixos preços que são pagos aos produtores repetem-se ano após ano, sem que as entidades governativas, quer ao nível regional, quer camarário, apresentem soluções.
O candidato do PS disse que neste momento as casas comerciais comprometem-se a comprar apenas 40% das uvas, pelo que deixou uma questão em tom de alerta: “o que é que os agricultores vão fazer com os outros 60% das uvas produzidas?” Para além disso, o socialista adverte que o preço pago ao produtor se mantém inalterado há vários anos. “Há 20 anos, um quilo de uvas custava 200 escudos e atualmente custa 93 cêntimos. São preços irrisórios, os agricultores olham para esta atividade como uma atividade pouco apetecível e por isso é que estamos a verificar que muitas das terras estão abandonadas, muitos agricultores desalentados e desencantados com estas políticas de apoio à produção de uvas”, apontou, acrescentando que, paradoxalmente, os custos de produção aumentam.
“Este é um trabalho muito árduo e que não é reconhecido pela governação, quer a nível regional, quer a nível camarário. É tempo de os agricultores começarem a pensar nas opções de governo da câmara municipal, que deve olhar para o setor da agricultura, para a produção das uvas, como um setor importante para a economia do concelho de Câmara de Lobos”, afirmou Jacinto Serrão.
O candidato do PS disse não ser admissível que, com esta política de governação, “as pessoas fiquem com a corda ao pescoço quando é altura de venderem as suas uvas, numa incerteza completa em relação aos seus rendimentos, que são muito fracos, não compensam e desencantam os agricultores”. Jacinto Serrão acusou ainda a Câmara Municipal de Câmara de Lobos de estar de costas voltadas para os problemas sentidos pelos agricultores e defendeu que há que concretizar políticas para apoiar os produtores de uvas a escoarem o seu produto a preços dignos, para terem rendimentos apetecíveis e tornar esta atividade mais lucrativa para quem trabalha a terra e mais atrativa para os jovens.