Paulo Cafôfo começou por reconhecer o investimento feito em infraestruturas na Região e a sua importância para o desenvolvimento até certo ponto, mas considera que a estratégia atual está obsoleta e que as pessoas estão preparadas para um momento de virar de página.
Chegou agora o momento de passar à frente do “lobby do betão” e começar a apostar na diversificação da economia nas mais variadas áreas através da inovação e da qualificação da população, um desafio que diz ser a 10 anos. Para Paulo Cafôfo, é preciso reduzir as desigualdades e diminuir as assimetrias de modo a que a Madeira deixe de apresentar indicadores tão negativos no que diz respeito à Educação.
A qualificação é por isso a chave do candidato para uma aposta na população Madeirense preparada para potenciar o futuro da Região em áreas repletas de know-how como o turismo, na qual a economia se baseia.
“Podemos ter índices de desenvolvimento que sejam maiores do que aqueles que tivemos até agora e a questão da educação e da economia parece-me absolutamente indispensável.”
E no turismo qualificar é a palavra de ordem não só nas pessoas como no próprio produto, com uma estratégia de promoção muito superior àquela que tem sido posta em prática nos últimos anos. Depois de um mau aproveitamento da instabilidade no norte de África, na Turquia e no Egipto, é altura de apostar nestes e também noutros destinos em expansão.
A acessibilidade é uma outra questão essencial para o candidato do Partido Socialista. Para isso, é preciso uma terceira low cost a operar na Região e na qual qualquer investimento que sirva para apoiar a sua introdução é bem feito. Sobre os limites dos ventos no Aeroporto, Paulo Cafôfo aponta a inércia do Governo Regional e a falta de um plano de contingência pelo qual tem vindo a lutar, mas sem sucesso até então.
Falando em específico acerca do programa do PS Madeira, Paulo Cafôfo defende a indústria do mar enquanto pilar de uma estratégia que vai desde o turismo náutico, às energias, ao shipping e ao digital. Aqui encontramos uma vez mais um grande foco na inovação para que esta seja uma Região capaz de fixar pessoas e criar emprego.
“Há talentos que efetivamente se perdem e a nossa perspetiva é que possamos ter um desenvolvimento socioeconómico, criação de emprego, fixação das pessoas e dar um futuro aos nossos jovens.”
Recusa-se a falar em coligação numa altura tão precoce, no entanto não nega que seja uma pessoa muito habilitada para criar coligações e chegar a entendimentos.
“Neste momento, o que nos interessa não é pensar com quem, porque o com quem, é com as pessoas, é com a sociedade civil.”
Duras críticas deixadas uma vez mais à atitude do Governo Regional para com o Governo da República. Assumindo-se enquanto autonomista convicto, Paulo Cafôfo defende a união de todos os portugueses e um trabalho conjunto em prol do bem-estar da população. A tese do inimigo público é mais uma vez descredibilizada pelo candidato que considera este ataque constante uma simples máscara usada para esconder as falhas na atual governação.
Questionado uma vez mais acerca dos resultados das sondagens, Cafôfo releva a tendência crescente dos mesmo enquanto fator positivo para ambicionar um bom resultado em setembro.
“A postura de arrogância, a postura de que tudo sabemos e “o orgulhosamente sós” não funciona comigo. Aliás, eu acho que o PSD tem feito uma coisa que é a ilha tornar-se mais ilha, isolarmo-nos, e nós não podemos estar isolados.”
O candidato termina defendendo que o PS Madeira é um partido de poder, que se credibilizou e se tem aberto à sociedade civil com os olhos postos no futuro. Quanto à oposição, Paulo Cafôfo afirma desconhecer o programa quer de PSD como de CDS.
“Não conheço uma única ideia, alias, saímos agora do Congresso do PSD, onde, à partida o PSD devia estar virado para o futuro, e foi buscar o seu passado.”