“Um logro”. É desta feita que o deputado do PS-Madeira à Assembleia da República classifica a postura do Governo do PSD de tudo prometer e nada cumprir.
Esta tarde, no âmbito da apreciação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025, Miguel Iglésias confrontou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, com a “demonstração de desprezo” do Governo da República para com a Região Autónoma da Madeira.
O parlamentar socialista criticou o facto de, no próximo ano, as transferências do Orçamento do Estado para a Madeira diminuírem 33,2 milhões de euros comparativamente a 2024, assinalando que os únicos investimentos relevantes para a Região são da responsabilidade do anterior Governo do PS, nomeadamente o novo Hospital e o sistema de cabos submarinos.
Miguel Iglésias considerou que, ao olharem para esta proposta de Orçamento, os madeirenses ficam “incrédulos” e perguntou a Luís Montenegro pela resolução das dívidas dos subsistemas de saúde, que o Governo Regional tanto reivindicou, pelo financiamento dos meios aéreos de combate aos incêndios na Região, pela defesa da sustentabilidade do Centro Internacional de Negócios da Madeira e pela justa distribuição das receitas do IVA, não prejudicando o diferencial fiscal das Regiões Autónomas. “Prometem e não cumprem! É grave, senhor primeiro-ministro, fazer-se promessas e não as cumprir”, condenou.
O socialista foi mais longe e, além de criticar a postura do primeiro-ministro, apontou que o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, “fez promessas por si que não as podia cumprir”.
Para Miguel Iglésias, tudo isto não passou de um “logro inaceitável e que descredibiliza as relações de confiança com os cidadãos”.
O parlamentar evidenciou o facto de a Madeira ter mais de 70 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, ser a região com o mais baixo poder de compra do País e ter das maiores desigualdades de rendimentos, realidade que mais não é do que o legado da governação do PSD-Madeira, lamentando, por isso, que o Orçamento do Estado não contemple políticas públicas para ajudar a inverter este caminho.
“O que é que resta aos madeirenses e porto-santenses para voltarem a acreditar nas vossas promessas?”, questionou.