É incompreensível que se verifique falta de camas para internamento de situações de agudos pelo facto de essas camas estarem ocupadas por situações de “altas problemáticas”. Sendo ainda mais lamentável o facto de existir casos de utentes que já aguardam há vários anos por uma solução que não seja viver no hospital. Uma solução que possa dar mais dignidade às pessoas.
Claro que, em breve, iremos ouvir o Secretário da Saúde vir a público dizer que o Governo Regional está empenhado em encontrar soluções para essa situação. Um discurso que se repete ano após ano e sem que se veja realmente alguma resposta dada, alguma solução apresentada.
A prova desta ação política vazia é o Orçamento da Região para 2020, que não apresenta medidas estruturantes para combater o elevado número de “altas problemáticas” registadas nos hospitais da Madeira.
Claro que também se pode dizer que este orçamento é um contrassenso tendo em contas as revindicações do CDS, aquando da formação do Governo, que ambicionava revolucionar todo o sistema de Saúde da Região. Mas para já se mantém tímidos e a aguardar a colocação da “sua gente de confiança” nos prometidos “tachos” da administração pública.
O Grupo Parlamentar do PS-M sabe que as “altas problemáticas” são um problema complexo que não tem uma resolução rápida e imediata e que coloca constrangimentos à gestão das unidades de saúde públicas. No entanto, exige ao Governo Regional que crie e coloque em práticas medidas que possam minimizar este flagelo social, com investimento em unidades de cuidados que possam rececionar com todas as condições estes utentes. Não se pode simplesmente ignorar estas pessoas.
O líder do Grupo Parlamentar do PS-Madeira,
José Miguel Iglésias