Esta manhã, em conferência de imprensa, o presidente dos socialistas madeirenses afirmou que vivemos tempos excecionais, os quais mereciam também um orçamento excecional, mas constatou que a verdade é que temos um «orçamento de desilusão» e sem «nenhuma novidade». Apesar do acréscimo de verbas, Paulo Cafôfo considerou que «um orçamento grande não é um grande orçamento».
Na ótica do PS-M, a pandemia devia ser aproveitada para darmos um salto em frente, com novas ideias e novas soluções, mas o que se verifica é que «não temos nenhuma novidade e estamos agarrados aos velhos problemas».
Tal como sustentou o responsável, o PS apresenta um caminho diferente, preconizando políticas para a manutenção do emprego e políticas sociais para os mais vulneráveis, de modo a capacitá-los e ajudar as pessoas neste momento tão difícil.
«Este orçamento não está a cortar nas gorduras, ou seja, em despesas que são desnecessárias. Temos de cortar naquilo que não faz falta para dar a quem mais precisa», declarou.
O líder dos socialistas madeirenses defendeu que haja um corte nas assessorias e nos cargos de nomeação do Governo Regional. Constatou que este é o maior Executivo de sempre, o qual não tem dado a resposta necessária, apesar de até à data já terem sido nomeadas mais de 500 pessoas. Tal como referiu, este orçamento tem mais de 20 milhões de euros em despesas com pessoal, sendo que grande parte destes gastos «têm a ver com estes lugares que são para saciar as clientelas partidárias».
Por outro lado, Paulo Cafôfo apontou o facto de as Sociedades de Desenvolvimento serem «autênticos sorvedouros de dinheiro», nas quais, em plena pandemia, foram injetados mais 28 milhões de euros. «Temos de extingui-las e o Governo Regional assumir o passivo e vender os seus ativos, ou dá-los às câmaras municipais para gestão», sustentou.
O também deputado defendeu ainda a renegociação das parcerias público-privadas, concretamente as concessões da Via Expresso e da Vialitoral, que permitiria originar poupanças de cerca de 25 milhões de euros.
«Precisamos de outro enquadramento para o orçamento, de cortar em despesas supérfluas para ajudar quem mais precisa e estas serão propostas que o PS irá apresentar na especialidade para melhorar este documento», vincou.
Tal como já havia sido avançado, o PS-M irá abster-se na votação na generalidade do ORAM 2021, mas espera que a maioria possa aprovar as alterações que irá apresentar na especialidade. «Nós assumimos a nossa responsabilidade, numa postura de abstenção. Este não é o nosso orçamento, claramente. Mas, não sendo o nosso orçamento, não vamos obstaculizar, da mesma forma que queremos que haja uma abertura por parte do PSD e do CDS para fazerem passar um conjunto de propostas que iremos apresentar em especialidade», concluiu.