O presidente eleito do Partido Socialista-Madeira acusou, hoje, o Governo Regional de insistir nas mesmas políticas erradas do passado, apesar das sucessivas crises e das dívidas criadas pela governação social-democrata, que resultaram numa herança pesada para os madeirenses e porto-santenses.
No decorrer das Jornadas Parlamentares do PS, que decorreram esta manhã, Sérgio Gonçalves fez uma retrospetiva das opções dos sucessivos governos regionais, recordando que, depois de a Região ter passado pela crise financeira de 2008, em 2011 foi descoberta a dívida escondida de mais de seis mil milhões de euros, que obrigou a que a Madeira fosse submetida a um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro e que faz com que, por ano, a Região tenha de pagar cerca de 600 milhões de euros (o equivalente a 30% do Orçamento Regional) só para o serviço da dívida.
Apesar disso, e passada mais de uma década, o surgimento de uma nova crise, desta feita de natureza diferente (a pandemia), veio mostrar que a economia da Madeira não se tinha tornado mais resiliente nem mais robusta, constatou.
Segundo afirmou Sérgio Gonçalves, agora, com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e com instrumentos à disposição do Governo Regional, como é o caso da Lei de Finanças Regionais, que permite reduzir os impostos em relação às taxas do continente em 30%, “vemos que as opções têm sido as mesmas”. “Temos as mesmas opções em termos de investimento público, alocando tudo aquilo que são projetos regionais do PRR a investimento público e não vemos apoio às empresas”, lamentou o líder eleito do PS-M, acusando também o Governo Regional de não reduzir os impostos em sede de IVA e IRS, de não criar o plano de contingência para o aeroporto e não criar incentivos para a atração de novas rotas aéreas. “Todas estas medidas são apenas alguns exemplos daquilo que deveria ser executado e implementado e, infelizmente, não vemos o Governo Regional a praticar políticas diferentes daquelas que praticou nas últimas décadas”, sustentou.
O também deputado lembrou que nos últimos 10 anos a Região perdeu cerca de 17 mil pessoas e alertou que “não podemos continuar a ser uma terra de emigração” e que esta “é uma situação que tem de ser invertida com uma mudança de políticas que, infelizmente, nós não vemos neste Governo Regional”.
Sérgio Gonçalves disse ainda que os efeitos das crises e das dívidas nas contas da Região “são reveladores de que, efetivamente, o Governo Regional não aprendeu e não alterou as suas políticas”.