InícioAtualidadeGOVERNO RASGOU O CONTRATO QUE TINHA COM OS MADEIRENSES

GOVERNO RASGOU O CONTRATO QUE TINHA COM OS MADEIRENSES

Carlos Pereira regressou ao parlamento regional, para defender uma moção de censura ao governo regional. O líder do PS recordou o estado em que se encontrava a Região em 2015 e acusa o executivo de Miguel Albuquerque de ter falhado todas as promessas feitas aos madeirenses.

OCarlos Pereira insistiu que o PSD vendeu, em 2015, a ideia de que, existiria um rompimento com o passado dos governos jardinistas e da sua práxis,  algo que, em seu entender,  não se verificou. O governo de Albuquerque apresentou um “pacote de soluções”, “vendeu aos madeirenses um mundo novo” que “nunca mais seria como dantes”. Albuquerque chegou a “ensaiar” na ALRAM um desafio aos lobbies económicos, prometendo que “ia baixar o custo dos transportes marítimos na Madeira”. E estabeleceu o contrato com os madeirenses, num período onde “os sinais económicos e sociais atingiam recordes negativos”. Fê-lo com “promessas repetidas até à náusea”, mas, na perspectiva de Carlos Pereira, falhou.

Salientando que Albuquerque “afastou o governante que ousou planear uma reestruturação dos portos da Madeira”, cedendo “aos lobbies que prometeu combater”.

Pereira sublinhou que esta é a quarta renovação deste governo,  que assim se censura a si próprio pela sua actuação. E que a moção de censura tem a sua origem nestas sucessivas renovações,  falhadas no objectivo de resolver os problemas dos madeirenses. Citando a polémica área da saúde e a sucessão de três secretários na área, a dança de directores regionais e a “permanente geografia variável e delirante que marca as alterações de lugares nas chefias regionais de institutos e empresas públicas”.

“Os madeirenses”, afirmou,  “não são bonecos de banda desenhada, sujeitos a experiências e a um aventureirismo que tem consequências graves”.

O líder socialista regional salientou que “ninguém espera nada de extraordinário desta renovação”. Isto porque,  em seu entender,  o que tem falhado é a liderança do governo”. E isto, “só se muda com a queda do governo”.

Afirmando que a população local não confia mais no Governo Regional actual, que “não cumpriu 20 por cento do que prometeu a metade do seu mandato”, e que certamente “não conseguirá cumprir os restantes 80 por cento nos 2 anos que faltam”, Carlos Pereira interpretou os resultados recentes das eleições autárquicas como uma penalização também da população madeirense às políticas governamentais regionais.

Prosseguiu enumerando uma série de medidas de apoio do PS-M ao Governo Regional junto do governo da República,  numa série de estratégias. Mas que,  denunciou,  foram recusadas pelo PSD Madeira, que na ALRAM sempre votou contra as propostas apresentadas, quer na gestão do CINM, quer no sector da saúde, quer na redução de impostos.

Criticando em particular o sector da saúde,  Carlos Pereira disse que o GR falhou no cheque-cirurgia,  na lista de espera para as cirurgias e consultas, na requalificação do hospital dos Marmeleiros, na redução da carga fiscal, no crescimento económico. “Nada disso”, salientou,  foi feito. Antes pelo contrário,  o “PIB da Região teve o maior trambolhão de todas as regiões da UE”.

“Hoje temos valores de crescimento económico que recuaram 20 anos”, realçou. Apontou ainda falhas na política agrícola e de exportação dos produtos regionais e a incapacidade de execução do PRODERAM. O compromisso de apoio aos manuais escolares, da estimulação do emprego jovem e do desenvolvimento de programas de apoio às PME, afirmou,  falharam redondamente.

Disse ainda que a ligação marítima entre a Madeira e o continente foi transformada numa batalha institucional.