O Partido Socialista repudia a solução de Governo encontrada para a Região Autónoma da Madeira, que passa por um acordo parlamentar alargado ao PAN, depois de a coligação PSD-CDS ter perdido a maioria absoluta nas eleições do passado domingo.
O secretário-geral dos socialistas aponta baterias ao presidente do PSD-M, Miguel Albuquerque, por não ter cumprido a sua palavra, já que, por várias vezes, garantiu que se demitiria e não formaria Governo se não alcançasse a maioria absoluta. Um cenário que se confirmou e que mostra que a população da Região não quer a continuidade do PSD-CDS à frente dos destinos da Região. “Uma vez mais, Miguel Albuquerque mostrou que não tem palavra, à semelhança do que tem vindo a fazer ao longo dos últimos oito anos em que esteve à frente do Governo e não cumpriu com grande parte das promessas feitas aos madeirenses e porto-santenses”, afirma Gonçalo Aguiar.
O dirigente socialista faz notar que a continuação da governação social-democrata não é, de todo, a vontade dos madeirenses. Tanto assim é que, em 2019, o PSD perdeu a maioria absoluta e teve de se aliar ao CDS, que não se mostrou rogado em trair a confiança do eleitorado em troca de “um punhado de tachos”.
Passados quatro anos, e com a particularidade de concorrerem agora em coligação, o PSD e o CDS voltam a perder a maioria absoluta, sinal claro do descontentamento da população, mas “tudo fazem para se manterem agarrados ao poder”, refere Gonçalo Aguiar, condenando o facto de agora ser o PAN a “trair os madeirenses, dando a mão a um regime caduco, em fim de linha e sem soluções para a Madeira”. “Este PSD passou da bengala (CDS) para o andarilho (PAN)”, atira, convicto que, a seu tempo, estes partidos acabarão por pagar a fatura desta deslealdade para com a vontade expressa pelos eleitores nas urnas. Gonçalo Aguiar enfatiza que o PS é o partido que apresenta as soluções para os problemas da Madeira e dos madeirenses, sendo que a prova disso foi que a população já não conferiu a maioria absoluta aos partidos da coligação, os quais, pela falta de ideias, na última semana de campanha afixaram cartazes com cópias das propostas do PS. Propostas que, vinca o secretário-geral do PS, “sempre disseram que não faziam sentido, porque estava tudo bem”. “Afinal, as coisas não eram bem assim”, conclui.