O PS-Madeira condena a postura negligente do Governo Regional, que anuncia em grandes parangonas a criação de uma faixa corta-fogo, mas, depois, pouco ou nada faz para garantir a sua limpeza, tornando este espaço num autêntico rastilho, em vez de assegurar que serve o propósito preventivo para o qual foi definido.
É desta forma que o deputado Victor Freitas reage à notícia veiculada hoje pelo Diário de Notícias da Madeira, que dá conta que o Governo Regional limpou apenas 25% da sua parte na faixa corta-fogo. Governo que, afirma, “deveria ser um exemplo nas medidas para minorar o risco de incêndios, mas que, afinal, se porta “de forma negligente”.
Como explica o socialista, o objetivo da faixa corta-fogo sobranceira ao Funchal é o de travar a propagação do fogo, quer no sentido ascendente, quer descendente, em direção à cidade, de modo a garantir a proteção de pessoas e bens. Neste pressuposto, nestes espaços é suposto serem substituídas as plantas pirófilas por plantas mais resistentes ao fogo, criados acessos para as forças de proteção civil e colocadas bocas de incêndios. Contudo, lamenta, “quem visitar as referidas faixas corta-fogo irá constatar que, na sua maioria, estão cobertas de plantas infestantes e são um falhanço na reflorestação por plantas resistentes ao fogo”.
“É lamentável que, dos 117 hectares públicos, só tenham sido intervencionados pelo Governo 32,2 hectares, o que torna o restante espaço não uma verdadeira faixa corta-fogo, mas mais um rastilho para os incêndios que pretendemos evitar”, dispara Victor Freitas.
Já no que se refere aos 208 hectares privados, o deputado aproveita para esclarecer que, na prática, a sua gestão é pública, já que “tudo é proibido fazer ali”. “Temos constatado que o Governo, além de ser negligente na gestão das áreas públicas, também o é nas privadas, porque nessas áreas a gestão é publica e os proprietários estão proibidos de rentabilizar os terrenos e de ter qualquer atividade económica que permita, no mínimo, pagar a limpeza da floresta”, explica.
Victor Freitas salienta que o PS é favorável à existência da faixa corta-fogo, mas defende também a introdução de gado nessa área, para que exista uma contínua diminuição do material combustível, já que os animais promoveriam a limpeza, que hoje é unicamente feita por empresas e funcionários florestais.
“O PS quer um novo modelo de gestão da floresta que permita a integração da atividade agrícola, a pastorícia e a produção de espécies florestais para a obtenção de lenha e, com tudo isso, os proprietários poderem ter os terrenos geridos de forma mais resiliente aos incêndios”, remata.