O presidente do PS-M afirmou hoje que a Região precisa de um orçamento que resolva os problemas dos madeirenses e porto-santenses, e não um orçamento “que sirva clientelas ou outros interesses do poder. Este Governo está a construir uma Madeira para inglês ver e cada vez menos uma Região para os madeirenses viverem”.
Durante a audição com o Secretário Regional das Finanças, Paulo Cafôfo questionou “quantos dos milhões do Orçamento chegam de facto aos bolsos dos madeirenses e contribuem para melhorar a sua vida?”, sublinhando que “continuam a existir jovens sem acesso a casa e famílias em habitações sobrelotadas. Continuam a existir listas de espera de anos por uma cirurgia ou exame médico, e a Madeira continua a ter um dos custos de vida mais elevados do país e os rendimentos mais baixos”.
O PS-M defende, assim, que o Orçamento Regional deve dar prioridade a matérias como a habitação, a saúde e os rendimentos, por forma a resolver os problemas com os quais as pessoas se deparam todos os dias.
O socialista alerta para a urgência de um plano estratégico na área da habitação na Região, sublinhando a necessidade de construir mais casas na Região, tendo em conta que as novas construções estão inseridas no âmbito do PRR. “Até agora, foram edificadas apenas 805 das 1121 habitações previstas, e considerando que o PRR, uma iniciativa do Governo do Partido Socialista liderado por António Costa, termina em 2026, pergunto o que tem o Governo Regional previsto para responder a esta necessidade?”
Paulo Cafôfo lembrou ainda que o Governo anunciou cortes em despesas supérfluas na Saúde, “mas não identificou que despesas são essas e continuamos a assistir a situações de madeirenses em listas de espera intermináveis para uma consulta ou exame”.
NA sua intervenção, o socialista afirmou que “o Governo está a ignorar a classe média, que é quem paga mais impostos e acaba por ter mais dificuldade na conjuntura em que vivemos. Esperaríamos que no orçamento para 2026, conforme foi compromisso do próprio Presidente do Governo, houvesse uma redução do IRS em todos os escalões em 30%. O entanto, Miguel Albuquerque voltou atrás e a redução só se verificará até ao 7º escalão”.
“O Governo está a encher os seus cofres e até agosto registou um excedente orçamental de 115 milhões de euros, o que significa que a receita de impostos pagos pelos madeirenses aumentou 10,4%. Mas em vez de investir na resolução dos problemas reais das pessoas, a prioridade do Governo Regional é a construção de mais campos de golfe”, critica.
Considerando que os campos de golfe são importantes na diversificação do turismo da Região, Paulo Cafôfo alerta que “não pode ser o Governo Regional a construí-los quando continuam a existir problemas de habitação e problemas na área da saúde na Região”.