O PS-Madeira acusa o Governo Regional de estar a “esconder a verdade aos madeirenses” em relação às consequências do ataque informático ao SESARAM, situação que está a causar o caos nos serviços e a pôr em causa a Saúde dos madeirenses.
Passados cinco dias sobre o ciberataque, que comprometeu o sistema e os dados pessoais dos utentes do serviço público de saúde da Região, Sérgio Gonçalves não aceita que o Executivo continue sem dar os esclarecimentos que se impõem. O líder socialista mostra-se preocupado em relação a esta situação “gravíssima” que não só veio colocar a descoberto a vulnerabilidade do sistema de segurança informático – apesar dos investimentos propagandeados pelo Governo – como, ainda pior, veio paralisar quase por completo o Serviço de Saúde, com graves consequências para os utentes, que se veem impedidos de marcar consultas, exames e outros procedimentos.
Perante uma situação desta gravidade, o presidente do PS-M aponta o dedo ao secretário regional da Saúde e Proteção Civil por se escusar a dar informações concretas à população, escudando-se na confidencialidade. “Os madeirenses precisam urgentemente de saber o que se passa com os seus dados, se serão recuperados e, principalmente, como e quando poderão ver resolvidos os seus problemas de saúde”, dispara o líder socialista, advertindo que o desaparecimento do historial clínico constitui um perigo acrescido para os doentes e dificulta o trabalho dos profissionais de saúde aquando dos respetivos atendimentos.
Sérgio Gonçalves alerta para casos especialmente sensíveis de pessoas com problemas de saúde muito delicados, como doenças do foro oncológico, mas também constrangimentos ao nível das consultas externas, da realização de meios complementares de diagnóstico e da gestão e prescrição de medicamentos.
“O que vai acontecer às listas de espera, que já haviam sofrido um apagão propositado? Em que situação ficarão as pessoas que já desesperavam por cirurgias, consultas e exames?”, pergunta, insistindo na urgência de um esclarecimento por parte da tutela. Da mesma forma, o presidente do PS volta a questionar como é que, depois dos anúncios de investimentos de 2 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência e de 500 mil euros anuais do Orçamento Regional em cibersegurança, se verifica uma situação desta natureza, sem que estejam salvaguardados os dados dos utentes e informações cruciais para o funcionamento dos serviços.
“Não basta falar em catástrofe e nada fazer enquanto se vê a casa a arder”, afirma ainda Sérgio Gonçalves, constatando que só quatro dias depois do incidente o secretário da Saúde tenha voltado à Madeira e perguntando onde estão o presidente do Governo Regional, a presidente e o diretor clínico do SESARAM, já que ainda não se manifestaram sobre o assunto.