O PS-Madeira considera que o novo elenco governativo hoje conhecido não dá garantias de competência para resolver os problemas da Madeira. Algo que, entende Paulo Cafôfo, era mais do que exigível, tendo em conta as condições políticas alcançadas com o acordo assinado entre o PSD e o CDS.
O líder dos socialistas deixa significativos reparos à escolha dos titulares para várias pastas, considerando que alguns secretários regionais representam verdadeiros “erros de casting” e dizendo mesmo que estas opções indiciam que outras pessoas mais competentes não quiseram fazer parte do Executivo.
Começando pela Saúde e Proteção Civil, Cafôfo questiona o facto de a opção ter recaído sobre Micaela Freitas, de quem não se conhece qualquer pensamento público sobre esta área tão importante. O presidente do PS salienta que “contas certas não é o forte de Micaela Freitas”, lembrando o facto de, sob a sua presidência, as contas do Instituto de Segurança Social não terem sido homologadas pelo Tribunal de Contas, que alegou que as mesmas não são de fiar. “Será mesmo esta a pessoa indicada para liderar uma pasta que tem sido marcada pelas ruturas de medicamentos devido à falta de pagamentos e onde se deixam acumular dívidas às casas de saúde e aos taxistas pelo transporte de doentes?”, pergunta Paulo Cafôfo.
Passando para a Secretaria Regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, os socialistas questionam a escolha de uma pessoa que, claramente, desconhece a realidade social da Região. “Todos ainda nos lembramos de quando Paula Margarido, na qualidade de deputada, ofendeu os madeirenses dizendo que na Madeira há “miséria de cabeça” e que a pobreza é consequência do álcool e das drogas”, aponta.
Por outro lado, no entender de Paulo Cafôfo, a escolha de Nuno Maciel para secretário da Agricultura e Pescas tem apenas em vista resolver um problema de sucessão da Câmara da Calheta, com a saída de Carlos Teles.
Os reparos incidem ainda no facto de a pasta do Ambiente se encontrar completamente desenquadrada no meio do Turismo e Cultura, mas estendem-se igualmente ao novo secretário regional da Economia, o centrista José Manuel Rodrigues. Uma pasta que faz deste um Governo maior e ainda mais despesista do que o anterior e que foi atribuída ao líder do CDS apenas para garantir “tachos” a elementos daquele partido, em troca da manutenção do regime instalado.
Apesar disso, o presidente dos socialistas adianta que o PS vai dar o benefício da dúvida ao novo Executivo, até porque a maioria alcançada faz com que não haja mais desculpas para não resolver os problemas dos madeirenses e porto-santenses.
Assevera também que, enquanto partido de oposição responsável e comprometido com a defesa dos interesses dos madeirenses, o PS fará uma marcação cerrada e uma fiscalização apertada à ação governativa.