Sara Cerdas considera que o futuro Tratado Internacional sobre Pandemias deve tirar lições e não repetir os erros da pandemia provocada pela COVID-19.
A Comissão Europeia apresentou esta tarde, na Comissão de Saúde Pública, Segurança Alimentar e Ambiente, aos parlamentares, os resultados da Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), na qual os Estados-Membros chegaram a um consenso sobre a criação de um instrumento de negociação intergovernamental e os próximos passos para criar um Tratado Internacional sobre Pandemias.
“Existem muitas lições a retirar da pandemia COVID-19. Mas porque não será a última, precisamos de um novo quadro de saúde internacional mais forte, dentro da Organização Mundial de Saúde (OMS) como autoridade coordenadora em questões de saúde global. Precisamos de melhorar a deteção precoce, a prevenção e a resposta a quaisquer futuras pandemias”, referiu na sua interpelação à Comissão Europeia.
Sara Cerdas criticou a forma como a União Europeia tem lidado com a distribuição de vacinas nos países de baixo rendimento. “Enquanto em África apenas 7% da população adulta está vacinada, na União Europeia já estamos na fase de administrar a dose de reforço. Isto significa que a equidade e a acessibilidade devem preponderar neste futuro tratado. Temos de trabalhar e negociar para garantir o acesso universal e equitativo a materiais médicos e melhorar a distribuição de recursos”.
A eurodeputada questionou ainda se “será que já aprendemos as lições desta pandemia ou será que voltaremos a comprimir todos os recursos na UE e nos países de alto rendimento, deixando o resto do mundo a lutar sozinho e com o mínimo de recursos contra um eventual futuro surto”.
A reunião de três dias em Genebra da Assembleia Mundial de Saúde da OMS impulsionou os preparativos para o tratado internacional sobre preparação e resposta a pandemias. O novo tratado terá como objetivo preparar melhor o mundo para prevenir e enfrentar futuras pandemias e estabelecer uma coordenação global entre países e Organização Mundial da Saúde, uma vez que muitos sistemas de saúde revelaram estar insuficientemente preparados para lidar com a recente pandemia COVID-19.