David Rodrigues, conselheiro nacional da Educação, apontou, esta tarde, a urgência de apostar na inclusão como forma de combater as desigualdades, desafio que se torna ainda mais premente na era digital em que vivemos e à qual o sistema de ensino está a adaptar-se.
O responsável, que foi orador convidado no arranque da iniciativa ‘Sextas Parlamentares’, promovida pelo Grupo Parlamentar do PS, subordinada ao tema ‘Escola Inclusiva na Era Digital’, afirmou que “uma das grandes chagas que temos na nossa sociedade é a desigualdade” e que uma das formas de lutar contra a desigualdade é, precisamente, a inclusão.
“Nós não temos direitos humanos sem haver deveres humanos e é muito importante que todos nós possamos sentir que todos temos deveres em relação aos outros”, afirmou o professor, acrescentando que só mesmo um enquadramento inclusivo é que poderá proporcionar isso mesmo às crianças, aos jovens e aos adultos.
“Neste momento nós estamos a juntar o digital à escola, mas a escola ainda não se tornou uma estrutura digital […]. Penso que o digital nos lança este grande desafio que é nós perguntarmos para que serve a escola hoje, porque muitas das coisas que a escola fazia, hoje em dia talvez possam ser feitas de outras maneiras”, disse ainda David Rodrigues. Como explicou, há coisas que podem ocorrer fora da Escola, como a questão da informação ou grupos de trabalho, mas há outras que, impreterivelmente, têm de ocorrer em contexto escolar, nomeadamente as questões da interação social e da cidadania.
Transformação digital não pode deixar ninguém para trás
Por seu turno, o presidente do PS Madeira deu conta dos desafios que a Educação enfrenta na era digital, lembrando as dificuldades que existiram por parte das escolas para se adaptarem a esta nova realidade aquando da pandemia. Como referiu, se, por um lado, estávamos já perante a realidade que decorre da evolução tecnológica e da necessidade de a integrar no ensino, por outro lado deparámo-nos com a dificuldade em garantir o acesso igual ao ensino por parte de todos os alunos da Região.
De acordo com Sérgio Gonçalves, para alcançarmos a escola inclusiva que queremos, torna-se necessário introduzir condições e mecanismos para que todos os alunos, sem exceção, tenham a possibilidade de aceder aos mesmos meios para a sua formação. A par disso, torna-se fundamental olhar para as próprias escolas, para os métodos de ensino e para a formação contínua dos docentes para que se promova a transição digital nas escolas e no ensino.
“Sem isso, apostar apenas em manuais digitais ou em salas do futuro não vai seguramente resultar naquilo que se pretende, que é, efetivamente, uma escola na era digital que aceda a essa transformação digital e que faça parte dessa transformação digital, mas de forma inclusiva, sem deixar ninguém de fora e sem deixar ninguém para trás”, vincou Sérgio Gonçalves.
O presidente dos socialistas madeirenses destacou ainda o facto de o PS estar a dar início a esta iniciativa das ‘Sextas Parlamentares’, que visa ligar o partido à sociedade civil em várias áreas estratégicas para a Região. “Nós sempre entendemos, desde o primeiro momento, que, para encontrar e apresentar as melhores soluções, é preciso fazer um diagnóstico e ouvir os especialistas. Só assim é que poderemos assumir um compromisso perante a população, com o melhor programa e a melhor alternativa de Governo para a Região Autónoma da Madeira”, sublinhou.
Já o líder parlamentar do PS assinalou o facto de o partido estar, desta forma, a pensar o modelo educativo, mas com ideias concretizáveis. “Tudo aquilo que defendemos é exequível e iremos levar à prática” com propostas no Parlamento e na definição do programa eleitoral, adiantou Rui Caetano.
O líder da bancada parlamentar socialista disse ser determinante promover a inclusão, trabalhando com todos e não deixando ninguém para trás. “É preciso pensar na Educação como um todo”, frisou.