Esta prioridade foi dada a conhecer por Paulo Cafôfo na sessão de debate dedicada à conservação dos mares e dinamização da economia azul promovida no âmbito das comemorações do Dia Mundial dos Oceanos. A iniciativa contou ainda com a presença de Thomas Dellinger, docente e investigador da Universidade da Madeira e coordenador da área de Ambiente dos Estados Gerais, e Ruben Eiras, diretor-geral da Política do Mar e coordenador da área do Mar dos Estados Gerais.
Para Paulo Cafôfo, “uma governação do mar inteligente e responsável implica, obviamente, uma exploração sustentável dos seus recursos, desenvolvendo a economia, gerando empregos, protegendo o ambiente e criando soluções para vencer as alterações climáticas”. O candidato do PS-Madeira às Eleições Regionais considera que dever-se-á mobilizar a ciência e a inovação para que a sustentabilidade se manifeste na governação em três dimensões diferentes: a ambiental, protegendo o capital natural dos ecossistemas marinhos, o sustentáculo da saúde do oceano; a económica, promovendo modelos de negócio de baixo carbono, criando novas empresas e empreendedores eco-inovadores; e a social, gerando mais e melhor emprego e reforçando a coesão social.
Paulo Cafôfo deu conta que o Programa de Governo que está a ser preparado vai focar em duas bases essenciais para um desenvolvimento assente numa economia do mar sustentável, no quadro do combate às alterações climáticas. Por um lado, pretende melhorar e aperfeiçoar o Plano de Situação de Ordenamento do Espaço Marítimo (PSOEM) da RAM, contribuindo para melhor e maior aproveitamento económico do meio marinho e minimizar os impactos das atividades humanas no meio marinho, assim como um investimento na capacitação científica, tecnológica e ambiental para uma boa gestão das Áreas Marinhas Protegidas da RAM.
Sublinhando a aposta num modelo de economia de baixo carbono, o candidato à Presidência do Governo Regional aponta o potencial para tornar o arquipélago da Madeira energeticamente mais autónomo com energia renovável do vento e das ondas, criando novos e bons empregos fixos na Região. Paulo Cafôfo aponta ainda a intenção de promover a indústria transformadora do pescado sustentável, uma solução que combate as alterações climáticas, cria crescimento económico, empregos e segurança alimentar sustentável.
“A dimensão da Zona Económica Exclusiva da Região exige um investimento significativo na investigação e monitorização marinha, e, por isso mesmo, iremos apostar na capacitação científica madeirense para a investigação dos nossos recursos oceânicos, vivos e não-vivos, bem como para nos preparamos melhor para os efeitos das alterações climáticas”, sustentou.
O candidato considerou ainda que o desafio central para uma economia circular do mar na Região passa por construir um modelo económico gerador de riqueza, abundância e bons empregos e que, em simultâneo, respeite a sustentabilidade ambiental do ecossistema marinho, que constitui o suporte da vida no nosso planeta. Assim, adiantou que o programa de Governo que o PS-M está a elaborar assenta estrategicamente no conceito de economia circular do mar, baseado na minimização da extração de recursos, na maximização da reutilização, no aumento da eficiência e no desenvolvimento de novos modelos de negócio.
Rúben Eiras salientou a importância de explorar o mar de uma forma sustentável e inteligente, não cometendo os mesmos erros que foram cometidos em terra aquando das revoluções industriais, que trouxeram benefícios económicos, mas, juntamente com estes, “problemas ambientais que não estavam previstos e que põem em risco os nossos sistemas de vida”.
Este responsável considerou que esta é uma oportunidade única para Portugal conseguir agarrar o futuro e a Madeira estar na liderança desse futuro sustentável. “Vamos abrir uma nova era de prosperidade, explorando o nosso mar, mas fazendo-o de uma forma sustentável, protegendo o ambiente, criando emprego decente e bem remunerado e que traga sustentabilidade económica”, sustentou, acrescentando que Paulo Cafôfo é “a pessoa indicada para colocar a Madeira naquilo que é a economia sustentável do mar”.
Por seu turno, Thomas Dellinger lembrou que a área marítima da Madeira é 550 vezes superior à área terrestre, daí a necessidade de desenvolver também a economia com base no mar. No entanto, alertou que é importante manter a sustentabilidade ambiental. “Temos de manter a boa qualidade ambiental e, obviamente que fazendo essa estratégia, essa boa qualidade ambiental vai-nos dar também mais-valias económicas, como por exemplo no turismo”, disse, frisando que «a base disto tudo nasce e reside com um ordenamento inteligente do mar».