Por outro lado, o governante apontou a questão da relevância da Política de Coesão, a qual diz que tem sido «desvalorizada». «É com particular preocupação que vemos em sucessivos responsáveis e documentos da Comissão ser tratada a Política de Coesão como apenas o instrumento de outras políticas», sustentou.
Nelson Souza afirmou que os fundos são a verdadeira face de comunicação e de ligação entre a União e os europeus, pelo que a União Europeia tem de valorizar este instrumento único e singular. «A Política de Coesão já tem um longo historial de contributo para a construção europeia e pode ser catalogada como política tradicional, o que não pode é, com base nesse atributo, ser discriminada face às novas prioridades. Antes pelo contrário, deve continuar a ser considerada como uma das políticas situadas no coração da ação comunitária», vincou o ministro do Planeamento.
Por seu turno, o eurodeputado Pedro Marques salientou a importância da Política de Coesão para regiões ultraperiféricas como a Madeira.
O parlamentar destacou que as regiões ultraperiféricas «fazem crescer de uma forma brutal a plataforma atlântica europeia, em particular a plataforma continental portuguesa», e acrescentou que, num contexto da saída do Reino Unido da União Europeia, «a Europa não pode perder a sua vocação atlântica».
De acordo com Pedro Marques, «a Europa tem de ser solidária com estas regiões e tem de manter essa visão atlantista». Afirmou ainda que seria agora «uma irresponsabilidade que recuássemos na ratificação do acordo entre a União Europeia e o Mercosul».