O físico Carlos Fiolhais defendeu, hoje, a necessidade de atrair e de criar mais empresas na Madeira, como forma de garantir mais oportunidades para os jovens e estancar a saída destes da Região.
“Os jovens saem porque as empresas que lhes dão oportunidades não estão suficientemente implantadas na Madeira e, por vezes, exigem proximidade”, disse o conhecido ensaísta e professor da Universidade de Coimbra, que foi um dos oradores convidados na conferência ‘Juventude: Conhecimento e Oportunidades’, promovida pelo Gabinete de Estudos do PS-Madeira. Na sua ótica, “é preciso atrair empresas para a Madeira ou fazer empresas na Madeira, porque os jovens têm oportunidades aqui em setores do público, mas as oportunidades nos setores privados têm de ser alargadas”.
Carlos Fiolhais referiu-se ao mundo global e constatou que “há quem consiga plantar essas oportunidades mais do que nós estamos a conseguir fazer”, pelo que, quando isso acontece, tanto no país em geral, como aqui na Madeira, há que saber contrariar esta realidade. “Hoje em dia, a própria ciência e a tecnologia oferecem as oportunidades para nós podermos estar longe estando perto”, sustentou, apontando o exemplo do movimento nómadas digitais e as caraterísticas únicas da Região.
“A Madeira só há na Madeira. Sei que os desafios são difíceis, mas imagino um mundo em que uma pessoa possa trabalhar no Mundo a partir da Madeira. Essas oportunidades são possíveis. Temos é de saber construí-las”, frisou.
Por outro lado, o físico afirmou que as sociedades desenvolvidas têm de usar o conhecimento em favor do desenvolvimento. “A riqueza que nos interessa é a riqueza que vem do conhecimento. O nosso maior potencial desenvolvido pela escola é o cérebro. […] Na Madeira existem cérebros, existem pessoas que pensam e esses cérebros servem para projetar o futuro”, referiu.
O preletor destacou os vários desafios do presente e do futuro, focando as questões do aquecimento global, das novas tecnologias, da inteligência artificial e da saúde, e sublinhou que, “com a nossa juventude e com o nosso conhecimento, podemos criar oportunidades”.
Carlos Fiolhais considerou ainda que é preciso confiar mais nos jovens e dar-lhes o futuro, porque estes merecem mais do que aquilo que as gerações mais velhas lhes estão a dar. “É agora a vez deles de tomarem o testemunho. Não temos de ter receio e eles não terão receio se nós confiarmos neles”, vincou.