Desinformação
Numa semana em que paira sobre Rui Barreto e o CDS a questão do financiamento/empréstimo/doação/sabe-se-lá-o-quê e em que, por isso, cada vez mais se alimenta a desconfiança dos cidadãos em relação aos políticos, os jornais foram invadidos com um Secretário da Economia que vai a tudo com face sorridente. Numa estratégia clara de construir a imagem de um homem sereno e despreocupado, habituando os cidadãos à sua presença, o Governo Regional passa uma esponja sobre o que devia ser o coração da política, a moral e a ética.
A comunicação social, talvez o “partido” que mais oposição faz ao PS quer pelo silêncio, quer pela escolha das notícias, esvazia o trabalho excelente dos deputados socialistas na ALRAM. Não é fácil lidar todas as sessões com uma bancada do PSD e CDS beligerante, grosseira e arrogante: o PS mostra trabalho, ideias, espírito inovador, preocupações sociais, alimenta o debate face a dois partidos que quase não apresentam propostas, e é sistematicamente ignorado pela comunicação. Povo desinformado é povo baralhado e o PSD sempre viveu destes expedientes. Força aos nossos deputados, porque não é fácil lidar com a frustração de ver os seus dias de trabalho apagados por votos contra e pouco eco na imprensa e na televisão.
À saída do Campus da Penteada, no sentido de quem vai para as Piscinas, um placard da JSD anuncia uma cidade virada para o futuro dos jovens. A JSD nunca admitirá os manuais gratuitos, as bolsas aos universitários, o apoio dado na pandemia aos estudantes e, com o PSD, vai fazer uma autêntica campanha de desinformação que já começou com as notícias de hoje sobre o investimento do Governo na habitação na capital. Ao lado dos placards da JSD e PSD, devemos colocar os nossos a desmascarar mentiras e a revelar verdades.
PRR obsoleto
O PS-Madeira criticou, no dia 26 de abril, nas Jornadas Parlamentares, a aplicação dos 561 milhões de euros do PRR. De facto, o Plano de Recuperação e Resiliência da Madeira apresenta as mesmas soluções dos anos 80, continuando a não investir em áreas fulcrais como a agricultura, pescas e indústrias pesqueiras e continuando a ignorar a ciência e inovação. O emprego continuará a ser o dos serviços, com baixas exigências de formação e mal pago.
Dá-se a quem mais tem, às empresas monopolizadoras da economia, e esquecem-se os alicerces de uma sociedade nova, rica, inovadora. Quando se investe em áreas como educação, ciência e inovação, os verdadeiros benefícios só se concretizam depois de cerca de duas décadas. O Governo Regional atrasa, por isso, de 20 anos o futuro dos nossos jovens e da sociedade. Há que colocar isso nos Placards e chamar-lhe Plano Ruim e Ruinoso.
Alma das Autárquicas
Ficámos a saber que mais camaradas estão dispostos a lutar e a dar a conhecer este socialismo que ainda, numa sociedade que não saiu da mentalidade estado-novista e de temores, parece meter medo. Cinco mulheres contra zero do PSD. Não pode haver uma melhor mensagem para passar ao eleitorado: mães e profissionais colocam-se ao serviço da sociedade.
A alma das autárquicas tem de ser a de uma engrenagem em que cada camarada sabe que é uma roda. Da mais pequena à maior, todas contam, sob pena de o mecanismo deixar de funcionar. O trabalho de cada um, norteado por aquilo que verdadeiramente queremos – a mudança da sociedade para garantir presente e futuro –, é essencial. Se há camaradas que às vezes não se reveem em tudo o que se decide, e isso é natural num partido democrático, esta é a hora de fazer valer a sua contribuição, partilhar as suas ideias de forma construtiva, a sua vontade, com alma. O que está em causa aqui não é a roda individual, é um todo que não vive sem a roda e a roda que não vive sem o todo. Temos um objetivo, camaradas, e o objetivo é só um: apostar no amanhã.