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Criação do Estatuto do Cuidador Informal é uma questão de justiça social, afirma Paulo Cafôfo

A iniciativa contou com a presença do candidato do Partido Socialista-Madeira à presidência do Governo Regional, que considerou que a criação na Região do Estatuto do Cuidador Informal «é uma questão de justiça social». «Porventura, todos nós já tivemos pessoas na nossa família que estavam dependentes e é a própria família que tem de cuidar», afirmou Paulo Cafôfo, considerando que a Região tem de reconhecer estas pessoas, até porque o trabalho e a função que desempenham desonera o próprio Estado, que não tem capacidade de respostas, nem em termos de camas, nem em termos da rede de cuidados continuados, que deve ser reforçada.

«O que se quer e o que se exige é que haja o reconhecimento deste estatuto, em que as pessoas que cuidam possam ser beneficiadas», defendeu o candidato socialista, lembrando que é complexo alguém ter de cuidar de outro que está dependente e que isso leva a ruturas sociais, familiares e laborais. Por isso, considerou que é necessário apoiar estas pessoas, quer numa compensação financeira, no direito ao descanso – porque deviam ser salvaguardadas camas no próprio sistema de saúde para que as pessoas pudessem descansar e deixar lá os seus familiares – ou ainda no direito de preferência no usufruto de serviços públicos. «Estas são medidas simples, mas que podem e devem fazer a diferença», frisou.

Paulo Cafôfo afirmou ainda que nesta discussão também se podem incluir as altas problemáticas. É que, explicou, ao contrário do que se pensa, as pessoas não abandonam os seus familiares. «Na esmagadora maioria dos casos, os familiares continuam a visitar as pessoas que estão nos hospitais, mas não têm condições nas suas casas» para poderem cuidar destas. «Portanto, se não queremos que estas altas problemáticas aumentem, temos de dar condições para que a pessoa possa permanecer na sua habitação – até porque tem outro conforto e outras condições no seu espaço – reconhecendo aqui a Região direitos e benefícios para quem desempenha esta função», sustentou.

Por seu turno, Marta Freitas, do DRMS, deu conta do facto de na Região existirem lacunas em termos de legislação que apoie os cuidadores informais, para que possam dar um devido apoio com qualidade aos seus familiares. «A nível nacional, através do Partido Socialista, tem havido já algum avanço, mas aqui a nível regional ainda estamos a construir», constatou.

Esta responsável lembrou que, face a esta situação, foi sentida a necessidade de criar o projeto Cuidadores, que se iniciou com uma ação de informação no início do corrente ano, na qual foi dada informação em termos de legislação, apoios sociais e dicas para práticas para o dia-a-dia a cuidadores informais. Tal como explicou, agora optou-se por promover este debate, «para que se possa cruzar ideias, de forma a ir ao encontro das verdadeiras necessidades destes cuidadores».

De referir que o debate contou igualmente com a participação da presidente do DRMS, Mafalda Gonçalves, e das coordenadoras das áreas do Desenvolvimento Social e da Igualdade dos Estados Gerais do PS-M, respetivamente Sofia Canha e Elisa Seixas.