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Costa diz ter “mesmo uma obsessão pela Madeira” e afirma que para o PS “não há eurodeputados a meias”

Perante uma sala completamente cheia e fortemente aplaudido, António Costa disse ter «mesmo uma obsessão pela Madeira», porque «o Porto Santo e a Madeira não são menos do que qualquer região do continente e os madeirenses e os porto-santenses não são menos portugueses do que qualquer outro português».

O líder socialista referiu que Portugal e a Europa são maiores graças à Região Autónoma dos Açores (RAA) e à Região Autónoma da Madeira (RAM) e deixou também uma palavra para os emigrantes que estão na diáspora e para os «nossos compatriotas que vivem na Venezuela».

Considerando ser essencial que a Madeira esteja no centro do coração da construção do processo europeu, António Costa acrescentou que foi por isso que o PS quis ter na lista para o Parlamento Europeu também uma representante da Região. «Não há lista que represente todo o nosso país que não tenha em posição claramente elegível alguém da RAM, uma madeirense como é a Sara Cerdas» salientou. Aliás, confessou ter também uma obsessão pela RAA e respeitar a identidade própria de cada uma das regiões. «Por isso, para nós não há eurodeputados a meias. A RAA tem o seu candidato a eurodeputado e a RAM tem a sua candidata a eurodeputada e os dois vão ser eleitos no próximo domingo», frisou, acrescentando ainda que Sara Cerdas não vai representar só a Madeira, mas também uma nova geração de portugueses, uma geração que tem 30 anos, que já nasceu depois da nossa adesão à União Europeia.

A um outro nível, o secretário-geral do PS deu conta da mudança que já se provou ser possível no Governo da República, que já se tinha provado ser possível no Governo dos Açores e nas quatro câmaras municipais que o PS lidera na RAM. «Esta é a mudança que vamos provar ser possível quando, no próximo dia 22 de setembro, os madeirenses e porto-santenses escolherem o Paulo Cafôfo para ser o próximo presidente do Governo Regional da Madeira», afirmou, recebendo uma grande ovação. O responsável referiu, por isso, que ir votar no próximo domingo é dar força à Madeira e a Portugal para que na Europa defendam os interesses de todos os portugueses, de todos os madeirenses e de todos os porto-santenses, mas é «também votar para dar força à mudança que começámos na República há três anos e meio e que queremos continuar aqui na RAM com a grande vitória que o PS-Madeira e o Paulo Cafôfo vão ter no próximo mês de setembro».

Por seu turno, o cabeça de lista do PS considerou que estas eleições europeias «têm tudo a ver» com a mudança que se pretende aqui na Região e lembrou que o ciclo de desenvolvimento do passado, na base da dívida, «está esgotado».

Pedro Marques afirmou que a Europa tem oportunidade de apoiar o ciclo de desenvolvimento que o PS pretende para a Região. «Nós temos fundos europeus para aplicar e podemos fazer a escolha. Podemos apoiar a criação de emprego aqui na RAM, podemos apoiar as qualificações dos madeirenses e porto-santenses, podemos apoiar investimentos na área da Saúde – tão importante aqui na Região Autónoma e com tanta necessidade de melhoria nos próximos anos – podemos apoiar instrumentos de apoio social e de combate à pobreza», apontou.

«A escolha do PS é clara. Nós queremos um novo contrato social para a Europa, queremos mais emprego, menos pobreza na Europa e queremos apoiar o Paulo Cafôfo para esta grande mudança aqui na Madeira, em benefício do desenvolvimento social, em benefício dos que menos têm, para não deixar ninguém para trás», salientou Pedro Marques, mostrando ainda o orgulho de ter «uma das melhores eurodeputadas dos próximos cinco anos na minha equipa a representar esta Região Autónoma e a ajudar-nos a defender a Madeira na Europa».

Sara Cerdas vai representar a Região com a melhor competência possível

Já a candidata do PS-M mostrou-se cada vez mais motivada para este desafio e disse sentir «cada vez mais vontade para, na Europa, representar a RAM com a melhor competência possível».

Sara Cerdas apontou três desafios que se colocam à governação política na Madeira, prioritários a qualquer nível: a criação de emprego, a redução das desigualdades sociais e da pobreza e o investimento na educação e qualificação dos madeirenses e porto-santenses.

A candidata socialista enumerou as 10 áreas prioritárias que fazem parte do manifesto Geração Madeira e que são fundamentais para a Região no âmbito do contexto europeu, nomeadamente uma nova agenda social; igualdade e inclusão; educação e qualificação; economia e emprego; a defesa das RUP e das Autonomias; a agricultura e pescas; a mobilidade; a sustentabilidade ambiental e o combate às alterações climáticas; a juventude e a proximidade.

Sara Cerdas aproveitou também para abordar a questão dos apoios comunitários, em particular às empresas regionais. «É totalmente incompreensível e inaceitável que ao longo dos últimos dois anos não tenham existido quaisquer aberturas de avisos de concurso de forma a permitir que as nossas empresas pudessem apresentar candidaturas ao programa Funcionamento 2020, instrumento importantíssimo para as micro e pequenas empresas que caraterizam o nosso tecido empresarial», criticou, lembrando que este é o único instrumento de que dispomos para apoiar o transporte de mercadorias entre a Madeira e o restante território nacional, seja na aquisição de matérias-primas para transformação, seja no escoamento dos produtos transformados e produzidos na Região, e que a última abertura de aviso ao Funcionamento ocorreu em 2017 e para apoiar despesas incorridas pelas empresas em 2016. «Temos todos vindo a assistir com muita regularidade a cerimónias do Governo Regional para atribuição de pagamentos e entregas de cheques a empresas, mas é importante recordar que estas despesas referem-se a 2016. Ou seja, as nossas empresas e os empresários não foram apoiados em 2017, 2018 e até à data no corrente ano de 2019. Ou seja, não são apoiados há quase 3 anos consecutivos», vincou.

Outros sistemas de incentivos extremamente relevantes para as empresas, como o Valorizar, o Empreender e o Internacionalizar também não foram objeto de abertura para candidaturas ao longo de 2018, sendo que, no caso destes dois últimos programas, as aberturas ocorridas em 2019 foram executadas com reduções significativas dos limites máximos de incentivo por candidatura, em relação ao que tinha ocorrido na primeira fase, disse ainda Sara Cerdas. No seu entender, «este cenário é ainda mais preocupante quando sabemos que sempre que ocorre uma mudança de quadro comunitário, neste caso de 2014-2020 para 2021-2027, existe um período de transição onde não são disponibilizados os sistemas de incentivos, o que perante o atual cenário pode representar um período de vários anos sem que existam apoios às empresas da RAM». Segundo afirmou, «este é o retrato dos apoios europeus na Madeira, e é este também o descrédito do Governo Regional, que, em ano de eleições, faz pagamentos com três anos de atraso sem quaisquer perspetivas para o presente e para o futuro».

«O PS vai ganhar na Madeira em setembro»

O candidato do PS-M à presidência do Governo Regional também discursou, deixando elogios à candidata às Europeias, a qual, disse, «vai lutar pela Madeira, porque é um exemplo do que a Madeira tem de melhor para se afirmar no futuro». «Pessoas como a Sara são esta nova face de uma Madeira virada para o futuro», salientou Paulo Cafôfo, acrescentando que «queremos ter o melhor resultado de sempre nestas Europeias para o Partido Socialista aqui na Região Autónoma da Madeira».

Paulo Cafôfo subiu ao palco para deixar «uma mensagem muito clara: o PS vai ganhar na Madeira já em setembro deste ano». Neste sentido, deu conta do projeto que o PS-M está a construir para a Região para a próxima década, lembrando que este é um «momento-chave da nossa história» e que este ano «será marcado por uma mudança nesta Região, com um novo modelo de desenvolvimento, uma mudança de paradigma, porque chega do mesmo». «É por isso que o nosso povo anseia, por um tempo de esperança, um tempo de potencialidades, um tempo em que não nos podemos faltar uns aos outros. Queremos ganhar 2019, porque se o PS ganhar 2019 ganham os madeirenses e ganham os porto-santenses», afirmou o candidato socialista.

Paulo Cafôfo elegeu como inimigos da autonomia as listas de espera na saúde, o abandono escolar e o desemprego. Por isso, terminou dizendo que «teremos neste nosso projeto uma nova geração de políticas, com reformas estruturais, medidas concretas para crescermos a nível económico, com sustentabilidade do nosso território, fixando pessoas, mas também dando futuro aos jovens com a criação de emprego, uma autonomia mais competitiva, uma educação que crie oportunidades e qualifique a nossa população e uma saúde que chegue a todos». «Esta é a Madeira que queremos», rematou.

Por seu turno, o presidente do PS-Madeira referiu que estas eleições europeias serão determinantes para o futuro da Europa, mas particularmente de Portugal e da RAM.

Emanuel Câmara aproveitou para destacar o facto de Sara Cerdas ter conseguido o melhor lugar de sempre de um(a) candidato(a) madeirense na lista do PS para o Parlamento Europeu, enaltecendo, assim, a «visão autonómica» do secretário-geral do partido, António Costa, ao colocar em lugar elegível na referida lista representantes das duas regiões autónomas.

Por outro lado, Emanuel Câmara afirmou que «a alternância democrática na RAM irá ser uma realidade já no dia 22 de setembro», tendo pedido uma grande ovação para «o próximo presidente do Governo Regional», Paulo Cafôfo. «Todos nós sentimos que a mudança vai acontecer», vincou, apelando ainda ao trabalho e empenho de todos e salientando a importância de todos irem votar já no próximo domingo, nas eleições europeias.