O deputado socialista Carlos Pereira entregou na última quarta-feira o pedido de suspensão de mandato na Assembleia da República, depois de ter acertado todos os pormenores com o líder parlamentar, Carlos César. E sem demoras fez com que a moção de censura ao Governo Regional desse entrada nesse mesmo dia na Assembleia Legislativa da Madeira.
Um documento que, como revelamos na edição de anteontem, critica “a inabilidade do Governo Regional em suprir necessidades básicas dos seus cidadãos”, que diagnostica “evidentes constrangimentos socioeconómicos gerados por uma contínua política de austeridade” e que lamenta “a falta de visão” de quem optou pela “construção de um governo que é, administrativamente falando, complexo e ingovernável”.
O líder do PS-Madeira acredita que a situação no Governo Regional é grave e merece repúdio e total empenhamento dos partidos da oposição, daí decidir dar a cara pela moção de censura. Volta à Madeira porque sempre disse que estaria onde os madeirenses mais precisam dele e entende que neste momento precisam que ajude a dar um novo Governo, que permita um novo rumo à Madeira. “Nada justifica que o Governo se mantenha por mais dois anos”, assume. “A inépcia do Governo, o não cumprimento de promessas e as quatros remodelações – é o Governo Regional com mais remodelações num tão curto espaço de tempo – são a prova de que isto não vai lá com alterações de rostos, mas como a mudança de todo o Governo Regional e isso só pode acontecer devolvendo a palavra aos madeirenses”, refere.
Para Carlos Pereira, “é o próprio Governo Regional com estas remodelações – que não são só de titulares, mas de orgânica – que reconhece que as coisas não estão bem – se estivessem não fazia todas estas remexidas e são os madeirenses que estão a perder com este desnorte”. Daí a disponibilidade imediata para derrubar o Governo e provocar eleições regionais antecipadas.