Carlos Pereira foi o deputado escolhido pelo Grupo Parlamentar do PS para fazer, hoje, a última declaração política desta legislatura na Assembleia da República.
Na sua intervenção, o deputado madeirense, que volta a ser cabeça de lista pelo círculo eleitoral da Madeira às eleições do próximo dia 30, salientou a importância de virar a página da pandemia e continuar a garantir estabilidade e previsibilidade para o País.
Fazendo uma retrospetiva dos últimos anos, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista em São Bento sublinhou que Portugal viveu o período de maior crescimento económico desde a democracia e ultrapassou os tempos difíceis da austeridade, demonstrando que as contas certas são compatíveis com crescimento e com uma agenda social robusta.
Pereira destacou as metas alcançadas pelo Governo socialista de António Costa, com ênfase no superavit das contas públicas, a redução da dívida e as boas previsões orçamentais, factos que mereceram o reconhecimento internacional que permitiu financiar a economia a um custo mais baixo e enfrentar os desafios colocados pela Covid-19.
Tal como deu conta, nestes seis anos as políticas passaram a servir as empresas e as famílias, a emigração baixou e o investimento estrangeiro no nosso país e as exportações atingiram números recordes.
Carlos Pereira evidenciou que o PS «construiu um legado de estabilidade em torno de António Costa, minimizando arrufos constitucionais, respeitando os órgãos de soberania e partilhando decisões com o mais alto magistrado da República sem exuberância e com elevado sentido de Estado». Como frisou, António Costa «derrubou muros aparentemente intransponíveis por um bem maior: o bem-estar dos portugueses».
A pouco mais de três semanas das eleições, o deputado e candidato alertou que este não é o momento para «aventuras», advertindo que a agenda do líder da oposição «não assegura a estabilidade nem dá confiança na construção de um Portugal moderado e progressista». «As nuvens de retrocesso civilizacional, radicalização e austeridade programática acompanham os Passos do atual PSD, cujo líder não hesita em se trasvestir em porta voz da suposta bondade de um programa radical da extrema-direita portuguesa», disse Pereira. O parlamentar frisou que o país precisa de estabilidade e capacidade governativa, desideratos que considerou que não são alcançáveis com o líder da oposição, a quem acusou de desprezar a história democrática do País, ameaçando «colocar Portugal aos pés de um neofascismo encapotado de antissistema que [o líder da oposição] tanto aprecia».