InícioAtualidadeCarlos Fernandes defende o PSD e não a comunidade madeirense na Venezuela

Carlos Fernandes defende o PSD e não a comunidade madeirense na Venezuela

O coordenador da Secção da Diáspora e das Comunidades do PS-Madeira lança duras críticas ao deputado do PSD-M à Assembleia Legislativa da Madeira, Carlos Fernandes, que, na luta pela sua sobrevivência política, relega para segundo plano os interesses da comunidade madeirense na Venezuela.

Em resposta ao deputado social-democrata, que ontem havia atacado a atuação do ex-secretário de Estado das Comunidades, Jesús Santana considera que as declarações do parlamentar “são um claro exemplo de alguém que coloca os interesses do seu partido à frente dos interesses da comunidade portuguesa na Venezuela, num exercício de sobrevivência política de vale-tudo para manter o seu tacho de deputado”.

O socialista questiona o que fez Carlos Fernandes nos últimos cinco anos enquanto deputado na ALRAM em prol da comunidade portuguesa na Venezuela, “para lá da habitual desonestidade, petulância e má-educação que pautam as suas intervenções”.

Jesús Santana acusa Carlos Fernandes de, por manifesta incapacidade, parcialidade e má-fé, omitir os factos e os avanços conseguidos durante o mandato de Paulo Cafôfo à frente da pasta das Comunidades Portuguesas, onde assumiu o apoio à comunidade na Venezuela como uma prioridade, interrompida com a queda do Governo da República. O coordenador da Secção da Diáspora e das Comunidades enumera, assim, as prncipais conquistas alcançadas durante o mandato de Paulo Cafôfo:

1. Criação do Conselho Social para a Venezuela, novo instrumento para dar resposta às vulnerabilidades da Comunidade Portuguesa naquele país, com a missão de identificar, avaliar e propor medidas de apoio social, bem como auxiliar a sua implementação.

2. Nomeação de novo Adido Técnico Principal para a área Social, da Embaixada em Caracas, na dependência hierárquica do Embaixador de Portugal e sob sua orientação.

3. Reforço da rede médica de apoio aos portugueses, aumentada de quatro para seis médicos, além das valências no âmbito da saúde mental e apoio psicológico.
4. Mais de 2,3 milhões de euros de apoios concedidos à diáspora na Venezuela pelo governo PS.

Com aumento exponencial no apoio ao associativismo.

5. Aumento de 56 para 101 professores do Ensino de Português na Venezuela de 2020 a 2023.

6. Digitalização do Ensino de Português no Estrangeiro com a entrega de tablets e respetivos conteúdos pedagógicos na Venezuela.

7. Fim da propina do EPE com início no ano letivo 2024.

8. Reforço da ação consular, com mais recursos nos consulados gerais de Caracas e Valência, para dar resposta ao incremento de atos consulares.

9. Consulado Virtual, que veio desmaterializar vários atos consulares evitando que os cidadãos se tenham de deslocar aos consulados para sua maior comodidade e conforto.

10. Inauguração das novas instalações do Consulado Honorário de Portugal em Los Teques.

11. Benefício de isenção de pagamento de atos consulares, criado pelo governo PS e que se tem mantido ano após ano.

12. Compromisso do Governo Português em colocar a comunidade no centro das preocupações, com a nomeação de três novos cônsules honorários: Ilha de Margarita, Aruba e Curaçao.

13. Nomeação de nova cônsul-geral em Valência, um posto que se encontrava desocupado.

Jesús Santana vinca que os mais de 300 mil portugueses e lusodescendentes residentes na Venezuela sempre estiveram no centro das preocupações do mandato do anterior Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, como é cabalmente e facilmente comprovado pelas iniciativas desenvolvidas ao longo de todo o mandato.

O coordenador da Secção da Diáspora do PS deixa ainda um repto a Carlos Fernandes: pode começar por trabalhar pela comunidade madeirense na Venezuelana ao exigir ao novo governo da sua cor partidária trabalho, respeito e compromisso em temas sensíveis que vinham a ser desenvolvidos no anterior mandato, como o aprofundar do acesso a cuidados de saúde e a melhoria dos instrumentos de proteção social”.