O presidente do PS-Madeira reafirmou, hoje, que, após as eleições autárquicas, irá desencadear um processo interno para a nova liderança do partido, no qual não voltará a ser candidato.
Na sequência da reunião da Comissão Regional do PS-M, ocorrida esta tarde, Paulo Cafôfo adiantou que, como já havia se comprometido, irá manter-se na liderança até esta fase, garantindo estabilidade e dando todo o apoio às estruturas concelhias na preparação para as eleições autárquicas. Referiu que, devido às eleições regionais, houve um atraso no processo autárquico, sendo que há Concelhias que já têm o trabalho mais adiantado e outras onde esse trabalho ainda decorre. “Julgo que estamos para finalizar, dentro de cerca de 15 dias, todo o processo em todas as concelhias, de modo a que possamos estar concentrados nas ideias e nos projetos que vamos apresentar à população de cada um dos concelhos da Região”, declarou aos jornalistas.
Na análise à situação política atual, o presidente do PS-Madeira reconheceu que o partido não teve os resultados que desejaria nas eleições para a Assembleia da República, quer a nível regional, quer nacional. “Vivemos tempos difíceis e complicados para o socialismo democrático, para os valores de quem é socialista, de quem acredita na democracia, de quem acredita que a política serve para servir as pessoas”, disse, constatando a existência de “uma onda que nos leva para o populismo e para a extrema direita” e lembrando que há uma ligação direta entre o bom momento do PS a nível nacional e a nível regional, mas também quando o inverso acontece.
Perante os resultados, Paulo Cafôfo voltou a deixar claro que o ciclo político de mudança na Região que iniciou em 2019 “acabou em 2025, nas últimas eleições regionais”.
“Já afirmei, com todo o sentido de responsabilidade, mas também de compromisso com todos os militantes do PS, que após as autárquicas desencadearei um processo interno de nova liderança no qual não serei candidato. Não irei candidatar-me à liderança do PS, abrindo espaço para uma reflexão, para que surjam outros candidatos e outras candidatas que possam, numa revisão estratégica, alimentar a esperança e construir um projeto para a Região”, sublinhou.
Paulo Cafôfo apontou que “é neste momento que nós devemos mostrar a nossa fibra”. Como referiu, o “barco do PS encontra-se numa tempestade”, pelo que considera que deve manter-se “como capitão, segurando no leme, para que o barco possa ser levado a um porto seguro nesta travessia difícil até às eleições autárquicas”.