O presidente do PS-Madeira reafirmou, hoje, que o PSD e Miguel Albuquerque são os responsáveis pela instabilidade e pela crise política que se vivem na Região, denunciando o recurso à manipulação e à vitimização quanto à possibilidade da não aprovação do Programa de Governo e do Orçamento para 2024.
Em conferência de imprensa no Aeroporto da Madeira, Paulo Cafôfo reagiu às críticas do líder do PSD e do Governo, fazendo notar que foi o próprio Albuquerque que, desde o início, disse que não dialogava com o PS. “Quem garantiu que tinha condições para formar Governo e fazer aprovar na Assembleia Regional a moção de confiança foi Miguel Albuquerque. Quem garantiu que suportaria esse mesmo Governo foi o Chega”, afirmou o líder socialista, denunciando a tentativa de desresponsabilização a que temos vindo a assistir. “A direita não se entende e quer culpar o PS, mas a responsabilidade está toda em quem, precisamente, garantiu que tinha condições para ser Governo e fazer passar esta moção de confiança”, reforçou.
Desmontando a manipulação de informação a que o PSD e o Governo Regional têm recorrido nos últimos dias, Paulo Cafôfo esclareceu que não há Orçamento para 2024 porque o mesmo foi retirado pelo próprio Miguel Albuquerque em fevereiro, e frisou que, se voltarmos a não ter Orçamento, isso também ficará a dever-se a Albuquerque e aos partidos da direita, que disseram que o iam viabilizar.
Encontrando-se no Aeroporto, o presidente do PS-M rebateu a ideia que tem sido veiculada de que tudo irá parar por não haver Orçamento e por a Região estar a ser gerida em duodécimos e desmentiu o Governo em relação à questão da promoção da Madeira no mercado norte-americano. “No dia 25 de março deste ano, o Conselho de Governo aprovou um contrato-programa com a Associação de Promoção da Madeira, no valor de 26 milhões de euros, precisamente para apoiar este tipo de iniciativas de promoção do destino Madeira e continuarmos a ter ligações e rotas importantíssimas para o turismo com determinados países, neste caso com a América do Norte”, expressou Paulo Cafôfo, sublinhando que este exemplo demonstra a manipulação e o objetivo de criar o medo nas pessoas, por parte do PSD, vitimizando-se “já a pensar nas eleições antecipadas”. Um cenário com o qual, considerou, a Região não vai beneficiar.
O líder dos socialistas deu também conta que, entre as propostas que integram agora o Programa de Governo, há medidas de 2015, 2019 e 2023 que nunca foram concretizadas, fazendo notar que o que está aqui em causa não é o Programa de Governo, mas a falta de confiança no chefe do Executivo. “O PS não tem confiança em Miguel Albuquerque. O PS é a alternativa ao PSD de Miguel Albuquerque e é por isso que, desde o início, mantivemos esta atitude responsável e de coerência de não viabilizarmos a moção de confiança”, afirmou, vincando que “quem criou este problema é que tem de o resolver”
Cafôfo referiu-se ainda às reuniões que têm vindo a ocorrer com os diferentes partidos, criticando o facto de o presidente do PSD e do Governo não estar presente na mesa das negociações. “Miguel Albuquerque, que diz ter humildade, tem uma arrogância que nem é capaz de se sentar à mesa destas negociações. Portanto, isto é tudo uma farsa e uma encenação”, sentenciou, dirigindo também reparos ao Chega por, num momento, dizer que não viabiliza um Governo com Miguel Albuquerque e, pouco depois, admitir a viabilização e manter as portas abertas, prolongando esta “novela”. “O que está em causa não são as medidas do Programa de Governo. Se fosse, porque é que continuaria a sentar-se [à mesa das negociações], quando diz que não aprova e valida um Governo com Miguel Albuquerque? Isto é tudo uma encenação e uma novela da pior qualidade”, rematou.