O presidente do PS-Madeira acusou, hoje, o PSD e o Chega de estarem a atirar areia para os olhos dos madeirenses, denunciando o recurso à vitimização que está a ser feito pelo PSD e por Miguel Albuquerque, bem como o caos e o populismo que estão a ser lançados pelo Chega.
Em conferência de imprensa realizada esta tarde, Paulo Cafôfo deu conta que a vitimização começou em fevereiro, quando o PSD retirou o orçamento, impossibilitando a sua discussão e aprovação. “A Madeira está a viver com o orçamento de 2023 e poderia já ter o orçamento de 2024, mas isso não foi uma realidade porque se tentou, dessa forma, pressionar o Presidente da República a não dissolver a Assembleia Regional, para não haver eleições antecipadas”, clarificou.
O líder socialista denunciou a chantagem e a tentativa de autossabotagem que está a ser feita pelo PSD e pelo Governo Regional com as notícias que dão conta da não adjudicação de obras e cancelamento de eventos, tudo com vista a criar o medo e daí retirar dividendos político-partidários. Avisou, por isso, que “o PS não admite que se brinque com a vida dos madeirenses, nem que se esteja a mentir ou a criar factos para dizer que a Madeira poderá não ter um orçamento para 2024 aprovado”.
Como explicou, presentemente, a Região continua a ser governada com base no orçamento de 2023, em duodécimos, sendo que, de acordo com o boletim de execução orçamental, mesmo com um governo em gestão, até ao final do mês de abril, a despesa corrente aumentou 32 milhões de euros e a despesa efetiva consolidada cresceu 20 milhões de euros, comparativamente ao mesmo período do ano passado. “Os dados do próprio Governo demonstram que, mesmo não havendo um orçamento de 2024, gastou-se mais este ano do que o Governo do mesmo partido, com o mesmo presidente, em igual período de 2023, em circunstâncias normais”, especificou Paulo Cafôfo, dando conta também que a receita efetiva aumentou 106 milhões de euros. “Do ponto de vista financeiro, não há aqui qualquer problema. O facto de estarmos a ser governados com o orçamento de 2023, por única e exclusiva responsabilidade de Miguel Albuquerque e do PSD, não inviabiliza que tenhamos mais despesa e mais receita”, afirmou, frisando que o Executivo e o PSD estão a atirar areia para os olhos dos madeirenses.
As críticas dos socialistas estendem-se ao Chega, que recorre às “fintas”, “diz e desdiz” e “alimenta-se do caos”. “À entrada para uma reunião dizem uma coisa e à saída da mesma reunião já dizem outra”, com o objetivo claro de alimentar o populismo, sustentou o líder do PS-Madeira.
Denunciando a novela a que temos vindo a assistir, Paulo Cafôfo recordou que Miguel Albuquerque garantiu que tinha condições para ser indigitado como presidente do Governo e para aprovar a moção de confiança no Parlamento, e que Miguel Castro disse publicamente que não seria pelo Chega que não teríamos um Governo Regional.
Perante todos estes acontecimentos, considerou que “o PSD e o Chega são farinha do mesmo saco” e “estão a prejudicar a Madeira com estes jogos políticos”, ao passo que o PS tem adotado uma postura de seriedade e responsabilidade.
Cafôfo disse ainda que as negociações promovidas com os partidos “servem para reforçar a vitimização de Miguel Albuquerque, que está entrincheirado, e para reforçar a política do caos e populista do Chega”. “O PS sempre disse, desde a primeira hora, que não tem confiança no PSD e em Miguel Albuquerque e, portanto, não vamos estar a mudar a nossa posição, quando, convictamente, achamos que não devemos contribuir para esta novela de má qualidade”, rematou.