Teresa Fragoso apresentou publicamente, esta segunda-feira, a sua candidatura à liderança nacional das Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos, sob o lema “Igualdade Agora” em formato misto, online e presencial, na sede do PS-Madeira.
A candidata foi apresentada pela mandatária regional, Elisa Seixas, pela Presidente cessante das MS-Madeira e pela Presidente-eleita Cátia Pestana, bem como pela deputada à Assembleia da República, Marta Freitas, e que, para além dos motivos que as levaram a esse apoio, aproveitaram para partilhar algumas das suas preocupações.
A mandatária regional, Elisa Seixas fez um breve resumo do importante percurso político de Teresa Fragoso, sempre em prol de políticas públicas que se traduzam em numa igualdade efetiva e destacou que partilha com ela a urgência de lutar «pela transformação da nossa consciência política, uma consciência para aquilo a que Bell Hooks chamou de “experiência da solidariedade política” assente numa comunidade de interesses, crenças e objetivos partilhados que não abdicam da diversidade e da riqueza das diferenças».
Cátia Pestana acrescentou a necessidade de capacitação e inclusão das mulheres da periferia, nomeadamente as das Regiões Autónomas, até nas estruturas nacionais da própria estrutura nacional.
Mafalda Gonçalves, referiu a questão da representatividade nos órgãos partidários e nas listas a cargos de eleição política, que nem sempre significam cargos de poder efetivo, como nas autarquias em que apenas 9% são presidentes de câmara.
Marta Freitas mostrou preocupação por, a este ritmo, faltarem cerca de 300 anos para uma igualdade efetiva, de acordo com a estimativa recente da ONU, e também com o crescimento dos movimentos de extrema-direita que contribuem para a estagnação e até mesmo para o recuo de alguns dos direitos já conquistados em diversos países, incluindo na Europa.
Teresa Fragoso agradeceu e lembrou que as Mulheres Socialistas da Madeira foram das primeiras a apoiar a sua intenção de se candidatar e que os seus contributos foram também muito importantes para a moção que apresenta agora.
Sobre a moção destacou a importância de ver os problemas da discriminação de género também à luz da interseccionalidade, isto é dos outros fatores que acrescentam discriminações sucessivas e cumulativas: «não é igual ser mulher, ou ser mulher e idosa, ou pobre ou sem-estudos, ou ser negra, ou ser mulher idosa e pobre, sem estudos e negra». Referiu também que apesar dos avanços trazidos pela legislação que promove a igualdade e a paridade em termos de representação, ainda estamos longe de uma paridade efetiva, em termos de mandatos nos parlamentos, mas também nos próprios órgãos internos do partido, onde a representação das mulheres continua a ser baixa nos cargos de decisão e longe dessa desejável paridade.
Daí a importância de uma estratégia de capacitação das mulheres e de uma efetiva “Igualdade Agora!”, transversal a todo o espaço público e que não pode ser sucessivamente adiada para um futuro que nunca se faz presente «Tem de ser agora, não podemos perder mais tempo, esperar mais cinco anos, porque isso significa adiar ainda mais uma vez o momento do “agora”».
No final da apresentação, as mulheres presentes na sede e online, colocaram questões ,partilharam preocupações, e ofereceram contributos, numa sessão muito participada.