A dívida do município do Funchal sofreu um aumento exponencial na ordem dos 66,6% em apenas ano e meio, passando dos 27 milhões de euros deixados em 2021, para 45 milhões de euros em 2022.
O alerta foi deixado pela representante do grupo municipal do PS-Funchal durante o debate das contas da edilidade funchalense, hoje, em Assembleia Municipal, ocasião na qual lembrou que o anterior executivo da coligação Confiança “recuperou a dívida do PSD de 110 milhões de euros, reduzindo-a para 27 milhões”.
“Agora a dívida quase duplicou”, disse, antevendo que, “pelo caminho que vai, [Pedro Calado] vai bater o seu próprio recorde de endividamento do município”.
E a situação é muito mais grave quando, “campeão de nomeações e dívidas, o senhor presidente se torna também no recordista da cobrança fiscal”, afirmou Andreia Caetano, sublinhando que “os funchalenses nunca pagaram tantos impostos como em 2022”.
“Temos a maior coleta de impostos de sempre, que ascende a 16 milhões de euros”, frisou, para condenar de seguida a “forma falaciosa” como as contas da Câmara foram apresentadas.
De acordo com Andreia Caetano, os resultados verificáveis na prestação de contas em apreço, e que mereceu a abstenção do grupo municipal socialista, refletem o “expetável esquecimento dos compromissos” assumidos pelo atual edil do Funchal.
“Não só não houve o prometido reforço dos apoios sociais, como até diminuíram”, criticou a deputada municipal, apontando “mais uma promessa gorada” no que respeita à criação de novos postos de trabalho, “cuja despesa associada reduziu no ano de 2022 face a 2021”.
Sobre a alegada saúde financeira e orçamental do Município, notou que “os fornecedores não recebem a tempo e horas.”
“E a taxa de execução do orçamento para o Plano Plurianual de Investimentos só se cifra na ordem dos 62 por cento porque foram descabimentados investimentos e colocados 8 milhões de euros como ativos financeiros”, denunciou.
Andreia Caetano deixou claro que tal situação “não fica a dever-se a qualquer exercício de rigor e eficiência do Executivo camarário”, ficando a dever-se sim “às obras deixadas no terreno pela vereação anterior”.
Quanto às provisões, Andreia Caetano pediu esclarecimentos adicionais e lamentou que, com a resolução do litígio que opunha a Câmara Municipal do Funchal e as Águas e Resíduos da Madeira (ARM), só os munícipes tenham ficado a perder.
“Estão a cobrar mais pela água aos funchalenses e a pagar menos à ARM”, afirmou, para depois concluir que Pedro Calado “não tem qualquer marca para deixar na cidade além dos recordes já referidos”.