Olavo Câmara entende necessária uma maior atenção por parte das autoridades no combate à desinformação, pela ameaça que o fenómeno das fake news assume no correto funcionamento da democracia e das suas instituições. O deputado do PS fez uma intervenção hoje na escola Básica e Secundária de Machico, no âmbito do programa da Assembleia da República “Parlamento dos Jovens”, nesta edição dedicada às fake news.
Na sua intervenção Olavo Câmara demonstrou preocupação perante um fenómeno que tem conquistado uma maior dimensão com as redes sociais a assumir um papel de destaque. “É um problema que não é novo, que ganhou uma maior dimensão com as redes sociais e que precisa de ser travado porque afeta a nossa sociedade de forma transversal, desde a economia à saúde, a política, a segurança, e a nossa democracia.” Afirma o deputado do PS que considera prioritário que as autoridades tenham um olhar atento para este fenómeno com medidas preventivas e corretivas.
O Programa Parlamento dos Jovens, é uma iniciativa da Assembleia da República, dirigida aos jovens dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, de escolas do ensino público, particular e cooperativo do Continente, das Regiões Autónomas e dos círculos da Europa e de Fora da Europa. Tem como principal objetivo dar a conhecer a Assembleia da República e educar para a cidadania, estimulando o gosto pela participação cívica e política.
Governo Regional é fonte de desinformação
Já à margem do evento, Olavo Câmara teceu considerações em como o fenómeno fake news e a desinformação não se circunscreve apenas às redes sociais e a perfis anónimos. “É cada vez mais evidente que é usado e está instalado em certas instituições públicas.” O deputado dá o exemplo da Região Autónoma da Madeira “onde os nossos governantes não se coíbem de utilizar mecanismos enganadores para esconder ou passar ao lado de certas responsabilidades, o que deve deixar todos preocupados.” Considera o jovem deputado socialista.
Este modo de atuação traz consigo consequências gravosas não apenas para a seriedade do debate político, para a ética e responsabilidade dos cargos e instituições. “As consequências da desinformação na política e na democracia, afeta, por exemplo, a nossa autonomia e a perceção que as pessoas têm da autonomia da Madeira, nomeadamente os nossos direitos, as nossas responsabilidades e as nossas competências.” Olavo Câmara refere-se ao discurso enganador do Governo Regional, que de forma repetida justifica a sua ausência de medidas na Região culpando outros dos problemas que só dependem do Governo Regional. Uma postura que “esvazia a seriedade com que deveríamos olhar para esse importante instrumento democrático que é a Autonomia.”
Olavo Câmara reforça com exemplos práticos no âmbito do seu trabalho na Assembleia da República. “Vemos muitas vezes o Governo Regional abrir mão da nossa Autonomia em temas como os manuais escolares, na Saúde, na Educação, levando a que este princípio que devia ser inviolável e máximo da nossa Região esteja constantemente posto em causa, pois sempre que a República aplica uma boa medida e que na Madeira, devido a nossa autonomia, cabe ao Governo Regional adaptar ou não essa mesma medida e não o faz mas culpa os outros por isso, o Governo Regional está a contribuir para a desinformação da nossa população e a menorizar a nossa Autonomia.” Considera.