“Se há alguém que revela uma impreparação abissal, esse alguém é Miguel Albuquerque, que, claramente, não está preparado para governar a Madeira”.
É desta forma que Sérgio Gonçalves reage às declarações do presidente do Governo Regional a respeito da posição assumida pelo PS ao requerer a constituição da comissão de inquérito sobre obras inventadas e favorecimentos do Governo Regional a grupos económicos, na sequência das denúncias feitas pelo ex-deputado Sérgio Marques.
O líder socialista critica a postura arrogante do chefe do Executivo e sublinha que é a própria realidade social na Região que mostra que Miguel Albuquerque “não está preparado para continuar a governar a Madeira”.
Conforme dá conta Sérgio Gonçalves, a prova disso está à vista de todos: “Basta olharmos para o facto de sermos a região com a mais alta taxa de risco de pobreza e exclusão social do País, na ordem dos 29,6%. Basta vermos que as listas de espera em Saúde duplicaram desde que Miguel Albuquerque é presidente do Governo, quando o próprio havia assumido esta como a sua prioridade. Basta sabermos que existem cerca de 5 mil famílias em lista de espera para apoios habitacionais e que, apesar do investimento com o recurso às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, só será possível resolver o problema de 1.400 famílias. E as restantes?”.
Para o presidente do PS-M, estes são exemplos paradigmáticos do “fracasso governativo” de Albuquerque e que são reveladores da sua incapacidade para gerir os destinos da Região, ainda para mais quando sobre o próprio recaem suspeitas de práticas lesivas dos interesses dos madeirenses.
Por outro lado, Sérgio Gonçalves aproveita para esclarecer que o PS nunca atacou nem lançou suspeitas sobre quaisquer grupos empresariais. “Quem o fez foi Sérgio Marques, um alto responsável do PSD e antigo secretário regional do primeiro Governo de Miguel Albuquerque, corresponsável por algumas das decisões tomadas”.
Já no que se refere ao facto de Miguel Albuquerque dizer que não sabe como as suas respostas às questões da comissão de inquérito foram tornadas públicas na comunicação social antes de chegarem aos próprios deputados, o líder socialista é perentório: “Se só o presidente do Governo e os membros do seu gabinete tinham as respostas, só eles as poderão ter divulgado. Ou, então, isto quer dizer que Miguel Albuquerque não tem mão no seu próprio Governo e no seu gabinete”, diz Sérgio Gonçalves, criticando o desnorte do chefe do Executivo e a constante tentativa de fugir ao escrutínio.