Sérgio Gonçalves deixou, hoje, fortes críticas ao presidente do Governo Regional e candidato do PSD-CDS às eleições legislativas regionais, acusando-o de querer manter tudo como está e de continuar a fugir ao debate de ideias e de soluções para os problemas da Região.
Numa iniciativa promovida esta tarde no centro do Funchal, o presidente do PS-Madeira referiu-se às declarações proferidas por Miguel Albuquerque numa entrevista ao JM, onde “disse claramente que não quer baixar impostos, em particular o IVA”, afirmando que, por cada ponto percentual de redução do imposto, perde 21 milhões de euros de receita. Sérgio Gonçalves recordou que, no ano passado, em receita extraordinária de IVA, o Governo arrecadou mais de 80 milhões de euros e que, este ano, até à data, já tem 40 milhões de euros de receita adicional.
O líder socialista esclareceu que, reduzindo o imposto e este encargo sobre os madeirenses, o dinheiro não saía da Madeira. “O dinheiro ficaria na Madeira, mas, em vez de ficar nos cofres do Governo Regional, ficaria nos bolsos dos madeirenses, que tanto precisam para fazer face ao aumento brutal do custo de vida que temos tido ao longo dos últimos meses”, sublinhou.
Por outro lado, Sérgio Gonçalves criticou o facto de Miguel Albuquerque ser contra o regime de incompatibilidades dos deputados na Assembleia Legislativa da Madeira. Trata-se, como vincou, de uma proposta do PS, “porque entendemos que há determinadas atividades que são incompatíveis com o exercício da função de deputado”. “Para o presidente do Governo, nada disto se constitui como um problema, os deputados podem exercer qualquer atividade e não haverá conflito de interesses”, censurou o presidente dos socialistas madeirenses, advertindo que Miguel Albuquerque já “diz ao que vem” e “é contra esse regime de incompatibilidades, que é uma realidade nos Açores e na Assembleia da República”.
O cabeça de lista do PS às eleições regionais de 24 de setembro aponta igualmente baterias a Albuquerque por não cumprir a promessa de limitar a três o número de mandatos de presidente do Governo Regional. “Quer fazer um terceiro mandato, mas já diz que fazer três ou quatro pode ser bom ou pode ser mau, depende da situação”. Trata-se, como frisou Sérgio Gonçalves, de mais uma promessa não cumprida. “Vemos claramente que, da parte do presidente do Governo Regional, há intenção de manter tudo como existe até agora, de continuar a fugir ao debate de ideias e de soluções”, disse, rematando que “não existe nenhuma alternativa para além daquela que se constitui no PS”.