“Parece que a única pessoa que ainda não percebeu que Miguel Albuquerque é a causa do descrédito e da instabilidade que se vivem na Região é o próprio Miguel Albuquerque”.
Quem o afirma é o presidente do PS-Madeira, face às declarações do presidente do Governo Regional, que, ontem, desejou que “o Pai Natal dê juízo a um conjunto de políticos que ainda não perceberam que o povo precisa de estabilidade e não quer eleições, nem confusões”.
Fortemente crítico, Paulo Cafôfo afirma que se a Madeira volta a passar por este clima de instabilidade, isso deve-se em primeiro lugar a Miguel Albuquerque e ao PSD-Madeira, lembrando que o chefe do Executivo e a cúpula do partido que suporta o Governo estão a braços com a Justiça por suspeita da prática de crimes de corrupção. “Isso sim, é motivo mais do que suficiente para dizer ao presidente do Governo para, ele próprio, ter juízo, ser consequente e pedir o levantamento da imunidade que dispõe enquanto membro do Conselho de Estado para poder responder perante a Justiça”, declara o líder socialista, reforçando que “quem não deve, não teme”.
Para o presidente do PS-M, já chega a ser ridículo ver Miguel Albuquerque a disparar em todas as direções, tentando afastar a sua responsabilidade pela atual conjuntura. “Já basta de ver o presidente do Governo a fazer chantagem com os madeirenses, alegando que se o Orçamento não for aprovado a Madeira vai parar”, afirma Paulo Cafôfo, assegurando que, mesmo que o Orçamento não passe e que o Governo caia, as pessoas vão continuar receber os seus salários, os idosos não deixarão de receber as suas pensões, os funcionários públicos serão valorizados e a economia vai continuar a funcionar.
Conforme refere o líder socialista, os madeirenses já começam a ficar cansados desta postura de vitimização e estão elucidados sobre quem é que tem responsabilidade pela atual situação e pela eventualidade de voltarem a ocorrer eleições na Região.
Paulo Cafôfo aproveita para lembrar que, no início do ano, assim que rebentou o escândalo judicial, foi o próprio PSD de Miguel Albuquerque que retirou a proposta de orçamento para 2024, impedindo que fosse discutida no Parlamento, apenas para depois usar a chantagem como argumento ao longo de toda a campanha eleitoral. “A verdade é que, apesar de todo o queixume, mesmo em gestão o Governo aumentou até a despesa, o que deita por terra todas as mentiras ditas com o intuito de manipular as pessoas”, denuncia o líder socialista. Paulo Cafôfo vai mais longe e pergunta mesmo se, depois de ter sido aprovado o orçamento deste ano, a Madeira saiu do topo das regiões com maior risco de pobreza do País, se os madeirenses viram aumentados os seus salários e o seu poder de compra e se passaram a ter um melhor acesso à habitação e à saúde.
O presidente do PS-M esclarece que tudo isto não passou de uma farsa criada pelo PSD, que se prepara agora para “repetir o ato, com os mesmos atores, mas com um currículo cada vez mais manchado”.
Como salienta, é chegado o momento de o chefe do Executivo “pedir juízo” para si próprio e para os partidos que viabilizaram este Governo sobre o qual já recaíam suspeitas de corrupção. “Miguel Albuquerque foi ao Palácio de São Lourenço assegurar ao Representante da República de que tinha acordos que garantiam a manutenção de um Governo estável. Agora, o PSD, juntamente com os partidos que negociaram a integração de propostas suas no Programa de Governo – CDS, CHEGA, PAN e Iniciativa Liberal – têm a responsabilidade e a oportunidade de aprovarem o Orçamento Regional para 2025”, remata, desafiando estes partidos a serem coerentes e consequentes.