O presidente do PS-Madeira considera de uma “tremenda falta de senso” o facto de o presidente do Governo Regional se vangloriar com o aumento do salário mensal bruto médio na Madeira nos últimos nove anos, quando, na realidade, o rendimento dos madeirenses está muito abaixo da média nacional.
Ontem, Miguel Albuquerque destacou o crescimento de 29% no salário médio entre 2015 e 2024, congratulando-se com a ação do Governo e dizendo que isso contraria o discurso de que o crescimento do PIB não tem impacto na vida das pessoas, quando, apenas um dia depois, os números do Instituto Nacional de Estatística vêm mostrar que o salário médio na Madeira é inferior ao salário médio nacional em 127 euros.
No entender de Paulo Cafôfo, as declarações de Miguel Albuquerque só mostram que o mesmo está alheado da realidade e não vê as dificuldades que os madeirenses enfrentam no seu dia a dia, com os baixos rendimentos e o elevado custo de vida. “O ainda presidente do Governo só pode viver num mundo à parte”, critica o líder socialista, considerando que esta postura do chefe do Executivo é uma afronta e um desrespeito para com todos aqueles que, mesmo trabalhando e recebendo um salário ao final do mês, dificilmente conseguem cumprir os seus compromissos financeiros.
“Como é que Miguel Albuquerque vem para a praça pública com esta efusividade toda, quando vemos milhares de madeirenses que não conseguem comprar ou arrendar casa devido aos baixos rendimentos? Como é que é capaz de fazer estas afirmações, quando os madeirenses enfrentam um custo de vida superior ao restante território nacional e quando o Governo Regional continua a sobrecarregá-los com pesados impostos?”, pergunta Paulo Cafôfo.
Para o presidente do PS-M, o que é uma “evidência indesmentível” é a incapacidade deste Governo do PSD implementar medidas em prol dos madeirenses. “Está na altura de mudar a Madeira e de colocar as pessoas no centro das políticas governativas”, vinca Paulo Cafôfo, assegurando que, com um Governo do PS, haverá uma redução imediata dos impostos (IVA e IRS), fazendo uso dos poderes autonómicos, mas também uma aposta na qualificação das pessoas e na diversificação económica, permitindo a criação de melhores empregos e mais bem remunerados.