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‘Academia PS’ coloca políticos e jornalistas frente a frente em debate sobre os desafios da comunicação

A relação entre a política e a comunicação social esteve hoje em foco em mais uma edição da ‘Academia PS’, num debate que juntou à mesma mesa o presidente do PS-Madeira, Sérgio Gonçalves, os diretores do Diário de Notícias da Madeira e do JM-Madeira, Ricardo Oliveira e Agostinho Silva, respetivamente, e o subdiretor de conteúdos da RTP-Madeira, Gil Rosa.

Uma iniciativa que o líder dos socialistas madeirenses classificou de muito pertinente, precisamente para desmistificar o relacionamento entre estas partes. “Muitas das vezes, sabemos que há queixas de parte a parte relativamente aos temas que são debatidos, à forma como são debatidos e à representatividade que existe por parte dos partidos políticos em termos do tempo que dispõem nos meios de comunicação social”, referiu Sérgio Gonçalves.

Conforme afirmou o presidente do PS-M, a comunicação deve transmitir as ideias dos partidos políticos, os seus conteúdos programáticos e as soluções que apresentam, sendo que, do lado dos partidos, tem de haver também alguma compreensão ou entendimento dos desafios que estão colocados a quem está do outro lado e tem a obrigação de transmitir essas mensagens de forma isenta ao maior número de pessoas.

Sérgio Gonçalves deu conta, por outro lado, dos constrangimentos e das pressões que existem por parte das organizações e da própria sociedade, bem como do surgimento de novos desafios a cada dia que passa, apontando os casos concretos das redes sociais e das ‘fake news’. “São tudo desafios que nós entendemos que são matérias pertinentes para discutir, invertendo um pouco os papéis, com os jornalistas a serem entrevistados e a nos darem a sua opinião e um contributo que é muito importante nesta abertura que o PS tem tido à sociedade civil, onde, naturalmente, os meios de comunicação social são muito importantes”, sustentou.

Sérgio Gonçalves focou, particularmente, o crescimento das novas tecnologias e das redes sociais, que acabam por representar um desafio para ambas as partes. “A forma de comunicar mudou, os meios são diferentes e a forma que todas as pessoas têm de aceder a essa informação é também muito diversa. Portanto, queremos ouvir da parte dos jornalistas a opinião sobre a postura dos partidos e aquele que deve ser o modo de tentarmos passar as nossas mensagens à população”, disse ainda.

Por seu lado, o diretor do Diário de Notícias considerou que há uma facilidade e uma proximidade entre a comunicação social e a classe política, referindo que a prova disso é que, no caso do jornal que dirige, mais de 50% dos colaboradores da secção de ‘Opinião’ são da área política.

Ricardo Oliveira considerou que a relação entre a comunicação social e a classe política está bem definida, é transparente e também decorre da preponderância que os eleitos têm na vida coletiva dos madeirenses. “Há uma justiça e um equilíbrio entre aquilo que é o nosso papel de informar e o papel dos políticos, que é zelar pelo interesse público”, afirmou.

Já o diretor do JM-Madeira relevou a convivência entre os órgãos de comunicação social e os políticos, uma relação que nem sempre é fácil ou compreendida, mas que “temos a obrigação de normalizar”. Agostinho Silva apontou também o facto de, na maior parte das vezes, os timings da comunicação social e da política não serem coincidentes. “É preciso nós acompanharmos a atividade política, estarmos muito atentos aos calendários, às eleições, mas não devemos toldar o nosso trabalho por aquilo que são esses timings”, referiu. Afirmando que é normal a existência de pressões de vários quadrantes da sociedade, o jornalista assegurou, contudo, que o objetivo da comunicação social deve ser, com firmeza, fazer o seu trabalho e informar as pessoas.

Por seu turno, Gil Rosa, subdiretor de conteúdos da RTP-Madeira, deu conta da preocupação do canal que dirige em ser abrangente e respeitar todos os intervenientes políticos. “Na RTP todos têm a possibilidade de fazer passar a sua mensagem”, assegurou, apontando como exemplos os debates televisivos com os representantes dos vários partidos políticos.

“Não será por falta de espaço que os partidos não conseguirão passar a sua mensagem”, frisou Gil Rosa, salientando também o empenho do canal em chegar a todos os quadrantes da sociedade, assegurando o verdadeiro serviço público.