InícioAtualidadeA violência contra as mulheres não pode ser banalizada

A violência contra as mulheres não pode ser banalizada

As Mulheres Socialistas da Madeira (MSM) promoveram este sábado mais um ‘Café Socialista’, desta vez subordinado ao tema da violência contra as mulheres nas suas mais variadas formas.

A dirigente da estrutura socialista, Cátia Vieira Pestana, salientou que, segundo dados do Eurostat relativos a 2023, na Europa, 62 milhões de mulheres foram vítimas de violência de género nas mais variadas formas: tráfico de seres humanos, casamentos forçados, mutilação genital feminina, violência sexual ou física, violência no namoro, violência doméstica ou homicídios conjugais. “Os números conhecidos, por muito cruéis que sejam, apenas se referem ao número de casos reportados às autoridades. Sabemos que a realidade é muito mais dura e que deve ser denunciada”, referiu.

A presidente das MSM referiu ainda que, em Portugal, no ano passado, foram apresentadas 30.461 denúncias por violência doméstica, perfazendo uma média de 83 por dia. “Infelizmente, ainda acontecem muitas falhas no acompanhamento a estas vítimas e muitas acabam efetivamente por ser assassinadas pelo seu agressor, mesmo depois de sinalizadas”, afirmou.

De acordo com Cátia Vieira Pestana, “a violência contra as mulheres não pode ser banalizada nem considerada um flagelo ou uma fatalidade que acontece sem que se consiga evitar”. Como vincou, as múltiplas violências contra as mulheres configuram crimes contra os Direitos Humanos e devem ser sempre denunciadas.

A presidente das MSM congratulou ainda o PS-Madeira por, finalmente, ter visto aprovado na Assembleia Legislativa da Madeira o seu projeto de resolução que defende a prioridade na atribuição e manutenção de habitação social para as vítimas de violência doméstica, com a recomendação à IHM para a criação de um programa regional de habitação para as vítimas e a implementação de um manual de tolerância zero contra violência doméstica. “Assim, será finalmente possível que se cumpra com o que está plasmado na lei, que é que quem agride é quem sai. As vítimas têm o direito de permanecer na sua casa”, salientou Cátia Vieira Pestana.

O ‘Café Socialista’ é uma iniciativa das Mulheres Socialistas que acontece mensalmente e que reúne militantes, simpatizantes e a comunidade em geral, de qualquer idade ou género, numa conversa aberta sobre diversos assuntos. A iniciativa regressa em dezembro para falar sobre Inclusão.