InícioAtualidadeA austeridade é o nosso adversário nestas eleições

A austeridade é o nosso adversário nestas eleições

 A tomada de posse dos órgãos concelhios de Santa Cruz, na sede do PS-Santa Cruz, no caniço foi ontem marcada por uma forte posição contra a austeridade, a qual é apontada pelo líder socialista, Victor Freitas, como o principal adversário na corrida às eleições de 29 de Março.

Para Victor Freitas a lógica da austeridade está de tal forma enraizada num raciocínio comum a toda a uma classe política, que esta se torna  incapaz de olhar para a vida das pessoas,  para aquilo que é a economia e qual o caminho a tomar para sair de uma crise. «Se perante uma crise lançamos medidas de austeridade a tendência é para que esta se  agrave, tornando-se mais difícil a sua saída, e quando encontrada uma solução, traz consigo um historial de maior desemprego, empobrecimento da população e aumento da emigração», justifica o socialista.
Apontando o caso da Grécia como um exemplo do qual há que retirar ilações, o candidato do PS Madeira acredita que  «Com um simples gesto democrático os cidadãos contrariaram a lógica da austeridade e abriram caminho para uma mudança no país. A história já nos mostrou que as soluções encontradas para a crise, quando baseadas na repressão económica, não resolvem os problemas. Esta é  razão pela qual o PS Madeira apresenta um programa virado para um combate a contra a austeridade, que considera  ser o principal adversário».
Feitas as contas os cenários apontados pelo PS Madeira revelam que «só renegociando a divida por mais anos e diminuindo o serviço da divida haverá condições para a economia crescer. Se em 2013 foram gastos 300 milhões de euros com os serviços da divida, se em 2014 repetiram-se os mesmos gastos e se está previsto iniciar o pagamento do empréstimo do Estado a 27 de Janeiro de 2016, vamos ter de gastar mais de 400 milhões de euros?», questiona.
Segundo contas de Victor Freitas, a Madeira tem de receitas fiscais 840 milhões de euros, às quais se somam 170 milhões do orçamento de estado. «Se vamos gastar 400 milhões no serviço da dívida resta-nos questionar como vai a Madeira viver, qual o investimento que será possível fazer na saúde e na educação?» – É a questão que é deixada no ar.
Outro cenário avançado é o da incapacidade de captação de apoios, caso a divida não seja renegociada:  «Se nada fizermos qual será o suporte financeira para aproveitar os fundos europeus (900 milhões de euros) que até 2020 poderão ser canalisados para o desenvolvimento económico e  criação de postos de trabalho?  Os fundos existem mas não nos podemos esquecer que há sempre uma parte que terá de ser suportada pelo governo regional».
Atendendo ao “quadro negro” desenhado por Victor Freitas, o líder socialista não hesita em afirmar que só com renegociação da divida será possível combater a austeridade e ter todas as condições para lutar pelo crescimento na região e restituir a esperança aos madeirenses e porto-santenses.
Acrescenta ainda que «estamos nestas eleições contra a austeridade, ainda que cientes, que ela é levada “ao colo” pela oposição  que não hesitou em pedir para a região mais ano de austeridade. A solução para a Madeira não pode passar por importar as medidas do continente. É isto que tem que acabar e o fim pode já ser ditado a 29 de Fevereiro com uma mudança protagonizada por todos os que acreditam que é contra a austeridade que nos temos de debater».

Fotos

Áudio Victor Freitas (Presidente do PS-Madeira)