Durante a sua intervenção que fez no auditório da Universidade da Madeira abordou as dificuldades de financiamento do sector público, dos custos com o privado, dos modelos e das parecerias público- privadas. “Onde está o dinheiro?” questionou Manuel Delgado, para garantir um serviço de saúde “tendencialmente gratuito”. E lembrou que só em 2015 foram gastos cerca de 80 milhões de euros nos vales-cirurgia. Como também reconheceu que além da falta de dinheiro, há problemas de gestão e de liderança.
O presidente do PS-M, Carlos Pereira, lembrou, por outro lado, que os socialistas já tinham garantido o cofinanciamento do hospital, o princípio da reciprocidade no âmbito do qual os doentes da Madeira no continente e os do continente na Madeira não têm de pagar quando recorrem às respetivas unidades de saúde e à extensão da Linha Saúde 24 à Região. O setor da Saúde na Região Autónoma da Madeira tem atravessado momentos particularmente conturbados, o que tem suscitado um rol de acentuadas críticas e denúncias, nomeadamente falta de profissionais em várias especialidades médicas, falta de fármacos, de recursos materiais, de formação e investigação, enorme lista de esperas, decadência de infraestruturas, disse.
Por sua vez, o antigo secretário regional da Saúde do XII Governo Regional, Manuel Brito, apontou como principal problema na área da Saúde, a falta de recursos humanos, dizendo que estes “não se compram numa esquina, não se negoceiam, levam tempo”.
Já a médica Sofia Escórcio, que lidera o grupo de trabalho da Saúde do Conselho Estratégico do PS-M, condenou a partidarização da saúde regional, as listas de espera, a falta de um hospital e a indecisão que se prolonga desde os anos 90, afirmou. “Não dirige quem sabe, mas que está próximo”, salientou antes de denunciar “um grave problema de liderança” com três secretários regionais em apenas ano e meio que deixaram o sistema em suspenso. “Vão-se mudando as pessoas, não o sistema”.